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A mentira número 1 que Bolsonaro espalha nas eleições

Entenda

Por Matheus Leitão
Atualizado em 17 out 2022, 10h48 - Publicado em 12 out 2022, 13h22

Há uma falácia sendo repetida inúmeras vezes sobre Jair Bolsonaro nos últimos anos: a de que ele – volta e meia – baixa o tom e recua em seu discurso golpista.

É a mentira Zero Um relacionada ao presidente da República.

Digo isso porque o mandatário construiu – nesta terça-feira, 11 – a mesma armadilha contra o país que vem fazendo durante toda sua vida, mas que ganhou holofotes em seu mandato presidencial: culpar a imprensa por seu autoritarismo.

Após repetir para todos ouvirem que estudava mudar a composição da corte constitucional e que “talvez” – “talvez”, gente – ele descarte a ideia, se o Supremo Tribunal Federal baixar a temperatura em um eventual segundo mandato, Bolsonaro teve a cara de pau de dizer que nós, jornalistas, inventamos isso.

É chato ter que desenhar, mas vamos lá:

1 – À VEJA, Bolsonaro disse: “já chegou essa proposta [de aumentar o número de ministros do STF] para mim e eu falei que só discuto depois das eleições”.

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2 – A um canal no Youtube, ele foi além: “Se eu for reeleito e o Supremo baixar um pouco a temperatura, talvez descarte essa sugestão [de aumentar o número de ministros do Supremo]. Se não for possível descartar, você vê como é que fica”.

3  – “A imprensa falou que eu vou passar para mais cinco [integrantes] no Supremo. Eu falei que isso não estava no meu plano de governo. Botaram na minha conta. Vocês [jornalistas] é que inventaram isso”.

Estão vendo como o presidente da República faz?

A partir do ponto 3, começa a ser dito que ele recuou, que não é bem assim. Mas o pior mesmo é a relativização da gravidade dessa fala que veio da maior autoridade pública do país. Ele não é mais deputado, mas presidente.

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E que fique claro: o político não recuou.

Fez piorar o caos nacional. Horas após mentir (ou se desmentir, não sei), disse desconfiar dos votos que o ex-presidente Lula teve no primeiro turno. “Todos nós desconfiamos. Como pode aquele cara ter tantos votos se o povo não está ao lado do mesmo?”

Ou seja, se pegarmos o histórico de suas declarações, ele colocou em xeque – pela milionésima vez – a idoneidade das urnas eletrônicas. Depois, incitou que parte dos brasileiros cometam crime eleitoral.

“No próximo dia 30, de verde e amarelo, vamos votar. E mais do que isso. Vamos permanecer na região da seção eleitoral até a apuração do resultado”, completou Bolsonaro.

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Ora, a lei eleitoral proíbe, “até o final do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado com bandeiras, broches, dísticos e adesivos, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem uso de veículos.”

É grave, comprova que ele nunca recua, e pode gerar casos de violência no dia da eleição.

Imaginem se os eleitores dos dois candidatos resolvem permanecer nas imediações das seções no dia 30 de outubro enquanto todos votam e – depois – até a apuração do resultado?

Bolsonaro tem uma vida inteira de declarações e atos que buscam constantemente ferir a democracia. Ele quer imprimir a autocracia, com ele à frente de um poder ilimitado e absoluto.

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Se suas declarações autoritárias virassem um gráfico, veríamos uma linha em constante ascensão até o momento atual em que vemos o líder da extrema-direita atacar – não com canhões e baionetas, mas com outras armas – as “quatro linhas da constituição” e o tecido social brasileiro.

Que a mais nova ameaça de Bolsonaro não se cumpra, e que o país consiga encontrar uma saída desse enorme atoleiro que se meteu.

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