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A guerra de Lula contra postagens que o relacionam a facção e assassinatos

Batalha judicial do petista junto ao TSE já conseguiu remover pelo menos 34 fake news - boa parte difundidas por perfis ligados a Bolsonaro

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2022, 19h08
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  • Na guerra judicial que tomou conta da reta final da campanha à Presidência da República, a coligação formada pelo ex-presidente Lula (PT) e pelo candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) já bateu às portas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mais de 180 vezes para tentar, entre outras coisas, derrubar postagens que acusam o petista de ligação com facções criminosas, com a assassina Suzane von Richthofen e até com um plano mirabolante em parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) para matar o presidente Jair Bolsonaro. Até a terça-feira, 11, a equipe jurídica da campanha contabilizava que pelo menos 34 fake news, repetidas à exaustão, haviam sido derrubadas por ordem judicial, em alguns casos com postagens do próprio Bolsonaro, que tenta a reeleição, e dos filhos dele, detentores de mandatos eletivos. 

    Uma das peças publicitárias bolsonaristas que mais se replicaram, e que foi derrubada pelo TSE pelo menos quatro vezes, relaciona o ex-presidente pessoalmente à facção criminosa PCC. A mensagem toma por base trecho da delação premiada do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, e revelada por VEJA. Em um de seus depoimentos, Valério afirma que ouviu do então secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, que o empresário do ramo dos transportes Ronan Maria Pinto chantageava Lula para não contar que vereadores do PT teriam recebido dinheiro do PCC supostamente arrecadado clandestinamente em bingos. 

    Em outro caso, o mesmo Ronan Maria Pinto afirmou, de acordo com relatos de Valério, que não iria “pagar o pato” sozinho e que apontaria o ex-presidente como suposto mandante do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Ao analisar ambos os casos, o TSE derrubou 11 links no Google, Youtube, Gettr, Twitter, Facebook, Telegram, Instagram, TikTok e Kwai disseminados, entre outros, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pelos deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Otoni de Paula (MDB-RJ) e pelo ex-segurança de Bolsonaro Max Guilherme, que se candidatou a deputado nestas eleições, mas não foi eleito.

    Também entre os posts relacionados a Lula e derrubados pela Justiça Eleitoral estão mensagens que relacionam o petista a um falso plano de assassinar o ex-ministro Antonio Palocci, a uma conspirata do ex-presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF) para matar Bolsonaro e à intenção de perseguir cristãos. Na guerra suja, há ainda montagens de Lula com um irmão de Adélio Bispo, autor do atentado à faca contra o presidente em 2018, e com a assassina Suzane von Richthofen, mandante do duplo homicídio dos pais em 2002.

    No rol de fake news removidas por ordem do TSE também estão informações falsas de que Lula acabaria com empregos em aplicativos, compraria votos de eleitores baianos, teria roubado um faqueiro de ouro, seria apoiado por “satanistas” e, diante da constatação de que pesquisas de intenção de votos não conseguiram captar o voto bolsonarista no primeiro turno, a acusação inverídica de que o Ipec funcionaria no mesmo endereço do Instituto Lula. 

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