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“A esquerda que foi às manifestações foi massacrada”, diz Tabata Amaral

Em entrevista a VEJA, a deputada rebateu as críticas e afirmou que a união entre a direita e a esquerda tornam o impeachment de Bolsonaro mais viável

Por Luisa Purchio Atualizado em 12 set 2021, 21h37 - Publicado em 12 set 2021, 21h25

As manifestações em favor do Impeachment de Bolsonaro, realizadas hoje em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, chamaram a atenção principalmente na avenida Paulista, em São Paulo, por terem representantes da esquerda e antigos apoiadores do presidente unidos para pedir a sua saída do cargo. O governador João Dória, do PSDB, por exemplo, defendeu a criação de uma grande frente democrática, inclusive com o PT, partido de oposição, para combater o presidente Bolsonaro.

Apesar de algumas cisões entre grupos devido às críticas ao ex-presidente Lula – o que enfraquece o principal rival de Bolsonaro -, opositores se revezaram para discursar nos carros de som dos organizadores. Além de Dória, houve a participação de Ciro Gomes (PDT), João Amoêdo (Novo), Luiz Henrique Mandetta (PDT), Joice Hasselman (PSL), Kim Kataguiri (DEM-SP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Simone Tebet (MDB), bem como a deputada estadual Isa Penna (PSOL), e o músico Tico Santa Cruz, além de líderes sindicais.

Em entrevista exclusiva a VEJA, a deputada federal Tabata Amaral (Sem Partido), que discursou com a camiseta do movimento Acredito no carro do MBL, afirmou que o grande marco dos protestos de hoje foi justamente esta união. Segundo ela, representantes da esquerda foram muito criticados por subirem ao palanque ao lado de opositores no espectro “esquerda-direita”, mas esta união é fundamental: “quando a direita e a esquerda pedem o impeachment, ele passa a ser mais viável”, diz ela. Tabata participou da organização dos últimos protestos pró impeachment de Bolsonaro, realizados no começo de julho pelos partidos de esquerda e que tiveram a participação do PSDB, PSD e Cidadania.

Como avalia os protestos de hoje?

Estou participando das manifestações, inclusive da organização dos protestos mais à esquerda, e achei muito ampla e importante. Tinha uma parte importante da direita ali, mas da esquerda também, e isso soma. A disputa não é entre as manifestações, mas uma soma de esforços pelo impeachment. No momento que eu falei, havia um cuidado muito grande de alternar pessoas de esquerda e de direita, um falando depois do outro. Quando a direita e a esquerda pedem o impeachment, ele passa a ser mais viável.

A união de hoje pode ser um ensaio para as eleições de 2022, ou seja, diferentes partidos se unindo para fazer frente ao Bolsonaro?

Isso que a gente viu hoje foi muito difícil. O PT por exemplo foi contra esta união e no meu entendimento foi uma questão estratégica. Quem estava lá representando a esquerda apanhou muito, muito mesmo, e isso eu vi nas redes sociais, no meu WhatsApp e em conversa com várias pessoas. Estas críticas não fazem sentido porque temos um objetivo em comum, que é tirar o Bolsonaro do poder. Acho que temos de continuar crescendo deste jeito, é importante até para que a gente possa discordar e eu possa questionar o que é o MBL por exemplo. Hoje foi uma manifestação ampla, mas mais à direita. Da mesma forma que a última foi ampla e mais esquerda. Vamos ver se agora a gente consegue misturar e mostrar que não é sobre partido, não é sobre a disputa eleitoral do ano que vem, é sobre a democracia e o crime corrupção que está tomando conta do país. Se lá na frente a gente falhar e a gente tiver que ir para essa eleição de maneira tão polarizada e violenta – o que vai ser muito ruim para o nosso país – que tudo isso tenha servido de ensaio, para mostrar que a gente consegue se unir em prol de algo maior.

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Em relação às manifestações de julho, qual foi a grande diferença?
A repercussão do 7 de setembro estava muito presente nas falas das pessoas, no sentido de que Bolsonaro é um covarde golpista. O tom ficou muito claro, não tem margem para a dúvida de qual é a intenção e o desejo de Bolsonaro. A maior novidade é que foi a primeira vez que a gente viu o Novo, o partido mais à direita que a gente tem, o MBL, que contribuiu muito para a eleição do Bolsonaro, o Vem Pra Rua e várias lideranças de direita subindo no palanque para pedir o impeachment. Isso é algo positivo, porque o impeachment só será possível se for amplo e incluir aqueles que apoiaram o atual governo

Como você vê as discussões por uma terceira via?
Tenho uma maneira diferente de ver isso porque não crescei na política, fico vendo o povo tentando escolher quem é a terceira via em Brasília mas acho que quem vai dizer daqui a seis, nove meses quem é o candidato de terceira via é o povo. Falo como uma pessoa que faz 10 mil reuniões em Brasília sobre a terceira via, mas não dá para achar que este candidato vai sair dessas reuniões. Não acho ruim ter tantos candidatos, mas eles têm de começar a dizer a que vieram, e não só “eu não sou Lula e nem Bolsonaro”. Tem todo um espectro aí no meio, dizer o que defende para a educação, qual visão econômica, como vai gerar emprego e renda. O que sai são os mínimos comuns para estarem juntos no segundo turno, se alguém se mostrar claramente mais viável, se abre mão de outras candidaturas. Isso é mais importante nesse momento, e é o povo que escolhe, temos um ano pela frente.

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