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A dobradinha do supremável do mundo político com o favorito de Lula

Se bem-sucedida, estratégia garantiria homem de confiança do presidente em uma vaga e indicação da classe parlamentar para a próxima cadeira

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 abr 2023, 17h17 - Publicado em 12 abr 2023, 16h30

“Cargo de ministro do Supremo não se postula nem se recusa.” É normalmente assim que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, responde a quem o questiona sobre a possibilidade de ser indicado para a vaga do vice-decano Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). A referência ao ex-presidente da Corte Nelson Jobim, de quem ele pegou emprestada a máxima, é uma tentativa de minimizar os inevitáveis petardos contra todos os aspirantes a ministro, mas também pavimentar, um pouco mais longe dos holofotes, o caminho que permita de fato que ele um dia chegue lá.

Sem alarde, Dantas e o favorito à vaga, Cristiano Zanin, sinalizaram há meses que poderia ser construída uma espécie de acordo não verbal: se tiver certeza de que está fora do páreo, o primeiro poderia endossar o advogado para a vaga de Lewandowski na expectativa de ter a simpatia do defensor de Lula na Lava-Jato na segunda escolha do presidente, a ser tomada com a aposentadoria compulsória da ministra Rosa Weber em outubro. A dobradinha é uma via de mão dupla também porque apoiadores de Bruno Dantas acreditam que ele teria, de largada, pelo menos 30 votos no Senado, que agora seguiriam para Zanin. Se escolhido, o homem de confiança do petista poderia contrabalançar as pressões para que o chefe do Executivo nomeie uma mulher, preferencialmente negra, para a cadeira seguinte na Suprema Corte.

Não é a primeira vez que o nome do atual presidente do TCU integra uma lista de supremáveis. No governo Dilma Rousseff, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), de quem Dantas é próximo, levou sua indicação ao Palácio do Planalto. Na atual corrida ao STF, o candidato ouviu de interlocutores do governo que, pela maturidade que tem hoje, Lula teria entre os quesitos para a indicação exigências de bom trânsito no tribunal e que o escolhido tenha alguma deferência por Lewandowski, o magistrado que sairá do cargo.

Conhecido articulador do Congresso, Bruno Dantas já havia se colocado no centro do xadrez do Supremo quando foi indicado, após a vitória do petista no segundo turno, como potencial anfitrião para encontros reservados do presidente eleito com ministros de perfil mais político no tribunal. De fato, no final de novembro, Lula e o decano do STF, Gilmar Mendes, participaram de um jantar no apartamento funcional do ministro do TCU. O vazamento da reunião levou ao adiamento de um encontro marcado logo na sequência – daquela vez com o algoz do bolsonarismo, Alexandre de Moraes.

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