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A boa e a má notícia para Freixo na nova pesquisa no Rio

Levantamento mostra força de Lula na campanha do candidato do PSB, mas também traz dados preocupantes sobre rejeição e indefinição

Por Caio Sartori Atualizado em 24 mar 2022, 17h59 - Publicado em 22 mar 2022, 15h00

Logo após a divulgação da nova pesquisa Genial/Quaest para governador do Rio, o pré-candidato Marcelo Freixo (PSB) comemorou aquela que é a informação mais positiva para ele: com o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado de esquerda ganha no segundo turno do atual governador, Cláudio Castro (PL), apoiado pelo correligionário Jair Bolsonaro

Neste cenário, o resultado do segundo turno seria, hoje, 41% a 36% para Freixo. Já quando os dois são desvinculados de seus presidenciáveis, Castro pontua 34%, ante 30% do adversário. Ou seja, Lula é capaz de dar 11 pontos ao seu apadrinhado, enquanto Bolsonaro é mais irrelevante para o segundo turno – o que demonstra que sua influência para o governador é mais decisiva no primeiro, quando lhe dá uma base. 

No primeiro turno, o cenário mais provável que se desenha hoje mostra Castro com 22%; Freixo,18%; Rodrigo Neves (PDT), 10%; Felipe Santa Cruz (PSD), 3%; e Paulo Ganime (Novo), 2%. Brancos e nulos somam 35%, e indecisos, 11%. Como a margem de erro é de 2,8 pontos para mais ou para menos, os dois líderes estão tecnicamente empatados. 

Um outro dado da pesquisa liga o alerta para Freixo e faz com que candidatos como Neves e Santa Cruz se animem – os dois, diga-se, têm um acordo para estarem juntos na eleição, o que deve levar à desistência de uma das campanhas. Quando a pesquisa pergunta aos entrevistados quais postulantes eles conhecem e nos quais votariam, o deputado do PSB vai mal, evidenciando sua rejeição: 47% conhecem e não votariam nele, que é o menos desconhecido. Do total, 31% não sabem quem é o parlamentar, enquanto a soma de “conhece e votaria” e “conhece e poderia votar” chega a apenas 21%.

Durante o período eleitoral, mesmo que Freixo se concentre na tríade Lula, emprego e renda, adversários devem explorar a rejeição dele com base em temas “identitários” aos quais sempre foi associado, sem relação direta com a administração estadual. Ele terá ainda que convencer o presidenciável do PT e quadros do partido no Rio de que sua campanha tem algo a acrescentar ao palanque lulista. Hoje, o que se vê é uma resistência em parte da sigla, por entender que Lula agrega mais a Freixo do que o oposto. Explica-se: os votos do socialista seriam naturalmente do ex-presidente, ao passo que a vinculação ao postulante do PSB poderia limitar o palanque do petista e levar a ele uma rejeição maior.  

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O ex-prefeito de Niterói e o ex-presidente da OAB são desconhecidos da maioria esmagadora da população – 63% e 76% – e apostam no poder da campanha para alavancar seus nomes, além de também cortejarem, de forma mais discreta, o petista. O principal cabo eleitoral do grupo é o prefeito carioca Eduardo Paes, presidente do PSD no Rio. Segundo a pesquisa, ele tem capacidade de mudar o voto de 22% dos eleitores – menos, contudo, que Lula (36%) e Bolsonaro (32%), e empatado na margem de erro com Sergio Moro (23%). O cálculo é que, com PSD, PDT e a federação entre PSDB e Cidadania, a aliança já tenha mais de um quinto do tempo de propaganda na TV e no rádio. 

A pesquisa espontânea, quando os entrevistados não são apresentados aos candidatos disponíveis, também traz resultados que mostram o grau de incerteza que ainda marca a eleição: 68% afirmam que ainda não decidiram em quem votar, 4% dizem Castro e somente 2% cravam o nome de Freixo. 

O levantamento da Genial/Quaest foi realizada entre os dias 15 e 18 de março, por meio de 1 200 entrevistas domiciliares em 86 municípios. A margem de erro é de 2,8 pontos e a confiabilidade é de 95%.

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