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MPs eleitorais em MG e PI abrem apuração por campanha paga do PT nas redes

Casos foram revelados por 'influenciadora' que diz ter sido procurada por agência para fazer postagens positivas sobre os petistas Gleisi, Marinho e Dias

Por Da Redação Atualizado em 27 ago 2018, 20h21 - Publicado em 27 ago 2018, 18h47
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  • As procuradorias eleitorais de Minas Gerais e do Piauí abriram procedimentos para analisar se houve irregularidades envolvendo o pagamento de “influenciadores” em redes sociais para fazer publicações favoráveis a candidatos petistas. O procedimento é o primeiro passo para a abertura de uma investigação formal.

    O caso ganhou repercussão no fim de semana, após uma série de posts exaltando a gestão do governador do Piauí, Wellington Dias, candidato à reeleição.

    Internautas passaram a acusar o petista de pagar uma agência de “influenciadores digitais” para divulgar mensagens positivas a seu respeito. A prática seria ilegal e configuraria propaganda irregular ou até caixa 2.

    A ação foi denunciada pela influenciadora digital Paula Holanda. Em sua conta no Twitter, ela disse que foi procurada por uma representante de uma agência de marketing digital, a Lajoy. Paula publicou suposto briefing em que uma pessoa chamada Isabella Bomtempo, da agência, convidou-a para participar de ação “de militância política para a esquerda” e não de cunho partidário. No trecho divulgado pela internauta não havia menção a pagamentos. Ela aceitou participar.

    Paula relatou ter concordado em publicar duas postagens: uma sobre a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, por lhe parecer “uma causa muito justa”, relacionada à “perseguição partidária” e à prisão do ex-presidente Lula; e outra, sobre o candidato petista ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, porque parte de sua família mora em São Paulo e “a agenda paulista” lhe interessa.

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    A “influenciadora” contou ter “desconfiado” de que não se tratava de ações apartidárias, mas, sim, a favor do PT, quando pediram a ela posts elogiosos a um terceiro petista, Wellington Dias. “Eu me recusei a twittar sobre o Wellington Dias. Não tenho nenhuma ligação com o Piauí e não o conheço”, tuitou. “Pesquisei rapidamente pela opinião da esquerda e ele aparentemente não foi um bom governador. Li que ele sucateou e militarizou a educação e silenciou mulheres”, continuou ela.

    Segundo resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, coligações e candidatos e seus representantes”.

    A partir da denúncia, postagens de outros influenciadores digitais foram expostas nas redes – vários deles com comentários elogiosos a Dias.

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    Uma das empresas apontadas como recrutadora destes influenciadores é a BeConnected, sediada em Belo Horizonte, e que tem um assessor de um deputado federal Miguel Corrêa (PT-MG), candidato ao Senado, como sócio.

    ‘PT está averiguando’, diz Gleisi

    Após visitar Lula na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, na manhã desta segunda-feira, 27, Gleisi Hoffmann afirmou que a legenda está averiguando as acusações de que a agência teria pago por comentários favoráveis ao partido no Twitter.

    “O PT nunca adotou esse tipo de prática, nossa relação com as redes sempre foi de respeito e de militância. Nunca pagamos ninguém para falar em rede, muito pelo contrário. Estamos averiguando o que é isso, para esclarecer essa situação”, declarou a presidente do PT, ao lado do candidato a vice na chapa de Lula, Fernando Haddad (PT), que também visitou o ex-presidente na prisão.

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    Já Wellington Dias negou que sua campanha ou o partido tenham contratado influenciadores digitais para disseminar mensagens positivas sobre ele e outros integrantes da legenda. Após participar de audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir repasses que os Estados reclamam não ter recebido da União, Dias afirmou que sua equipe está aberta a qualquer apuração sobre o caso.

    “Estamos seguros de que estamos trabalhando cumprindo a lei eleitoral à risca”, afirmou. O governador disse ainda não temer impactos das acusações nas intenções de voto em sua chapa e que o partido “tem militantes que de vez em quando falam bem do Estado”.

    O governador rechaçou qualquer acusação de pagamento pelas mensagens positivas sobre o Piauí. “Mesmo eles, influenciadores, não apresentam qualquer prova de qualquer coisa”, rebateu Dias.

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    “Com certeza é zero a possibilidade de qualquer participação da parte da minha campanha ou do meu partido”, afirmou o governador, que emendou na sequência uma brincadeira. “Mas continuem falando bem”, pediu.

    (com Estadão Conteúdo)

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