Desde Eduardo Cunha, a política pública não conhecia um personagem tão ardiloso e cruel quanto o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A sua competência em destruir as amarras que preservam o meio ambiente brasileiro só se equiparam com a de Cunha nos seus esquemas de pirâmide para conquistar maioria do Congresso.
Nesta segunda-feira, 28, Salles superou seus próprios limites ao fazer com que o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) aprovasse a revogação dos critérios para a preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas, assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos. A mando de Salles, o Conama aprovou ainda uma resolução que permite a queima em fornos de produção de cimento dos resíduos de poluentes orgânicos persistentes, como pesticidas, inseticidas e fungicidas.
As ações de Salles vão repercutir por anos. Ele ajudou a destruir a imagem das empresas brasileiras no exterior, e isso vai se refletir em sanções comerciais no futuro.