Trabalho infantil cai no país, mas cresce em duas regiões
País conseguiu reduzir o índice em 4,25% entre 2011 e 2012 - o que significa que 156 000 crianças e adolescentes deixaram de trabalhar no período
O número de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que trabalham caiu 4,25% – ou 156 000 pessoas – no Brasil em 2012 na comparação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte dessa população é composta por jovens de 14 a 17 anos. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que mostra dados sobre população, migração, educação, emprego, família, domicílios e rendimento em 2012.
Entre 2011 e 2012, a maior queda porcentual no trabalho infantil (23%) ocorreu na faixa dos 10 a 13 anos, e corresponde a 142 000 crianças. O nível de ocupação das pessoas de 5 a 17 anos no Brasil foi de 8,3% em 2012, frente a 8,6% em 2011 e 9,8% em 2009.
No entanto, as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram aumento nos índices, de 0,83% e 14,72%, respectivamente. No Sudeste, os números foram de 1,07 milhão para 1,08 milhão. No Centro-Oeste, saltaram de 231 000 para 265 000. O Nordeste foi a região com a maior queda, de 15,34% – o que significa que 197 000 crianças deixaram de trabalhar. O menor porcentual foi apontado na região Sul, com 3,71%.
Leia ainda: Trabalho infantil caiu 1/3 no mundo desde 2000, informa OIT
Segundo a pesquisa, cerca 554 000 crianças de 5 a 13 anos trabalhavam em 2012, índice que apresentou queda de 2,13% com relação ao ano anterior, quando o número foi de 704 000. Com base nessa faixa etária, a região Centro-Oeste foi a única que sofreu alta no índice, de 12,5%,de 24 000 para 27 000. Nas demais regiões, houve queda, sendo a maior delas apresentada pelo Nordeste, com 28,57%, onde 96 000 crianças deixaram suas ocupações. A região Sul foi a que teve o menor porcentual, de 8,75%.
Rendimento – De acordo com o IBGE, as famílias em que crianças de 5 a 17 anos trabalham contam com um rendimento mensal per capita de 452 reais. Do total de trabalhadores nessa faixa etária, 27,2% não recebem remuneração. A pesquisa ainda aponta que as crianças e adolescentes trabalham, em média, 27,4 horas por semana, e contam com uma taxa de escolarização de 80,4%. Entre a população ocupada de 5 a 13 anos de idade, 63,5% trabalham em atividades agrícolas, sendo que 53,4% dos trabalhadores desse grupo não recebem remuneração.
Leia também:
Trabalho infantil no Brasil caiu entre 2004 e 2009
Apple amplia fiscalização a fornecedores e descobre trabalho infantil