Dólar cai a R$ 2,19 e bolsas sobem após comunicado do BC dos EUA
Fed decidiu não retirar os estímulos neste mês, surpreendendo o mercado financeiro
A decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter a política de compra de ativos de 85 bilhões de dólares mensais fez com que o dólar se desvalorizasse ante as demais moedas na tarde desta quarta-feira. No Brasil, a moeda americana caiu quase 3% e fechou o dia a 2,194 reais, a menor cotação desde 26 de junho.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia com alta de 2,64%, aos 55.703 pontos – maior nível em quatro meses.
Nos Estados Unidos, as bolsas subiram rapidamente após a inesperada decisão. Por volta de 15h45, o índice Dow Jones avançava 0,81% a 15.655 pontos, enquanto o S&P marcava 1.720 pontos (0,90%) e a Nasdaq subia 0,73% (3.773 pontos).
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A decisão provoca forte oscilação no mercado de ações e de câmbio por duas razões. Em primeiro lugar, com a perspectiva de que o Fed voltará a subir os juros, talvez, apenas em 2015 retira a pressão dos investidores sobre os títulos do Tesouro americano, que são atrelados à taxa de juros, e faz com que o mercado de ações se torne mais atrativo.
Desde que o Fed comunicou que poderia reduzir os estímulos, os juros futuros subiram na expectativa de que, junto com a redução, viesse também o aumento da taxa de juros. Os títulos do Tesouro americano são considerados os ativos mais seguros do mundo e a possibilidade de uma melhora em sua rentabilidade fez com que investidores retirassem seu capital de mercados mais arriscados, como o Brasil, para aplicar em papéis do Tesouro nos Estados Unidos.
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Com isso, as moedas emergentes se desvalorizaram fortemente, já que esses mercados assistiram a uma saída maior de investidores estrangeiros. O real chegou a perder 20% de seu valor no ano, tendo recuperado metade disso nas últimas semanas, depois de um programa de intervenção no mercado de câmbio anunciado pelo Banco Central brasileiro.
Como a decisão do Fed não correspondeu às expectativas de fim dos estímulos e aumento dos juros, parte dos investidores tende a voltar, no curto prazo, para outros ativos, como ações e mercados emergentes – situação que reverte, de certa forma, a trajetória de desvalorização que moedas como o real e a rúpia indiana vem enfrentando nos últimos meses.