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Da resistência democrática à cooptação pelo governo Lula

O historiador Marco Antonio Villa e o deputado federal Fernando Gabeira classificam a indenização como 'agrado à UNE'

Por Cecília Ritto e Mariana Pereira de Almeida
18 dez 2010, 19h13

O historiador Marco Antonio Villa critica duramente a indenização concedida à UNE, e diz não ter notícia de algo semelhante em nenhum outro país da América Latina. “É inacreditável, são aquelas coisas que só ocorrem no Brasil, como a palavra saudade. A gente pensa: não é possível.”

Villa lembra que a UNE teve um papel importante na defesa da democracia em vários momentos da história do Brasil. Criada em 1937, foi determinante na mobilização nacional que resultou na entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados. Mas, em sua avaliação, a indenização de quase 44 milhões de reais é desproporcional – e não só pelo valor. “A indenização à UNE é parte da estratégia do governo de cooptação de entidades e artistas. O governo não teve qualquer problema este ano. Compra apoio de setores que aceitam esta transação nada ética com a maior tranqüilidade. Esse tipo de indenização é um cala-boca”, diz.

Villa considera grave também o aparelhamento da entidade, que desde sua reconstrução, em 1979, é controlada pelo PCdoB. “A UNE virou uma escola para formar quadros políticos do PCdoB e ganhar dinheiro com carteirinhas de estudante. Essa indenização é um agrado do governo”, diz, acrescentando uma preocupação: “E quem é que vai controlar o uso desse dinheiro?”

O deputado federal Fernando Gabeira (PV) diz que a construção do prédio no mesmo local onde ficava a sede destruída é uma reparação simbólica. “Não há necessidade de reparação financeira, a UNE não precisa desse dinheiro”, diz Gabeira, que também classifica a entidade como “chapa branca”. “Isso vai ser entendido como uma ação entre o governo e a UNE, não como uma ação da sociedade”, conclui.

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