O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou na quarta-feira, 18, que o “plano de vitória” com propostas para o fim da guerra contra a Rússia está pronto. Em declarações anteriores, ele já havia indicado que apresentaria o projeto ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e para os seus possíveis sucessores, Kamala Harris ou Donald Trump, assim que fosse concluído. Espera-se, portanto, que o documento seja divulgado na 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na próxima semana.
“Hoje, pode-se dizer que nosso plano de vitória está totalmente preparado. Todos os pontos, todas as principais áreas de foco e todas as adições detalhadas necessárias do plano foram definidas”, disse Zelensky em discurso. “O mais importante é a determinação de implementá-lo.”
O líder ucraniano não deu detalhes sobre o conteúdo do plano, atendo-se a frisar que seriam elencadas as condições aceitáveis para Kiev. Ele também destacou que não há propostas de “nenhum congelamento da guerra ou qualquer outra manipulação que simplesmente adiasse a agressão russa para outro estágio”.
O anúncio ocorre poucos dias após Zelensky informar a realização de uma reunião com os principais comandantes do país, que teria produzido um “conteúdo bom e forte” em termos militares para “fortalecer significativamente a Ucrânia”. A Ucrânia está em guerra com a Rússia desde fevereiro de 2022, quando teve seu território invadido por Moscou em uma suposta “operação militar especial”, como o conflito foi definido pelo presidente russo, Vladimir Putin.
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Antiga proposta de paz
As demandas ucranianas teriam sido baseadas na proposta de paz apresentada por Zelensky ao G20, grupo das maiores economias do mundo, em 2022. Na ocasião, ele estabeleceu dez pontos para o fim do confronto: segurança nuclear; comida segura; segurança energética; libertação de prisioneiros e deportados; implementação da Carta da ONU; retirada das tropas russas e cessação das hostilidades; justiça; ecocídio; e a proteção do meio ambiente, prevenção de escalada e confirmação do fim da guerra.
O conjunto de medidas teria como objetivo final: pedido de saída de soldados russos do solo ucraniano; a restauração das fronteiras da Ucrânia, datadas do pós-União Soviética; e um caminho para responsabilizar a Rússia por ter invadido o vizinho. Dessa maneira, Kiev obteria de volta 20% do seu território, sequestrados por Moscou ao longo do confronto. O Kremlin, por sua vez, nega as exigências de Zelensky e descarta negociações enquanto forças ucranianas permanecerem na região de Kursk, ocupada em operação lançada no último mês.