Zelensky anuncia ‘plano de resiliência’ após 1.000 dias de guerra contra Rússia
Plano inclui medidas para estabilizar a linha de frente, apoiar a produção de armas e reforçar a unidade nacional
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou ao Parlamento nesta terça-feira, 19, um “plano de resiliência”, que tem como objetivo ajudar o país a se sustentar durante a guerra contra a Rússia. O projeto vem no marco de 1.000 dias do conflito, em meio a uma intensificação dos ataques aéreos russos contra cidades ucranianas.
O plano, que abrange pontos-chave como armas, energia, finanças, segurança, capital humano, comunidades, soberania cultural e a “política dos heróis”, inclui medidas para estabilizar a linha de frente, apoiar a inovação no setor de tecnologia militar e a produção de armas, assim como políticas para reforçar a unidade nacional e a identidade cultural ucraniana.
Em seu discurso para marcar os 1.000 dias desde a invasão da Rússia, Zelensky pediu que os cidadãos continuem “resilientes” e reiterou que a Ucrânia não negociará sua soberania. Ou seja, não abrirá mão de seus territórios. Ele também descartou a possibilidade de realizar novas eleições no país antes do fim do conflito – pelo calendário, o pleito deveria ter ocorrido em abril deste ano, mas a lei marcial vigente desde fevereiro de 2022 não permite a ida às urnas.
“Nesta fase da guerra, está sendo decidido quem prevalecerá. Nós sobre o inimigo, ou o inimigo sobre nós, os ucranianos, europeus e todos no mundo que querem viver livres e não estar sujeitos a um ditador”, disse Zelensky.
O presidente ucraniano disse que todos os detalhes do projeto serão divulgados no final deste ano, mas destacou que “a unidade é o primeiro ponto do nosso Plano de Resiliência interno”. Ele descreveu a proposta como um contraponto interno ao “plano de vitória”, que Zelensky apresentou aos seus aliados ocidentais em outubro.
Situação na Ucrânia
Nesta segunda-feira, um ataque russo com mísseis matou oito pessoas e feriu outras 39 na cidade portuária ucraniana de Odessa, no Mar Negro, de acordo com o governador local, Oleh Kiper.
No dia anterior, a Rússia havia lançado o maior ataque coordenado contra várias regiões ucranianas desde setembro, deixando 10 pessoas mortas. Zelensky afirmou que os cerca de 120 mísseis e 90 drones russos tinham como alvo a infraestrutura energética de seu país.
No Brasil para as reuniões do G20, o presidente americano, Joe Biden, autorizou no domingo 17 o uso de mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos à Ucrânia para ataques dentro da Rússia. As armas serão inicialmente empregadas contra tropas russas.
Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta terça-feira um decreto que aumenta as possibilidades de uso de armas atômicas, avançando com uma nova doutrina nuclear.