Wimbledon suspende proibição de tenistas da Rússia e Belarus
Os dois países agora poderão participar do campeonato com jogadores 'neutros', desde que cumpram algumas exigências
A organização do Torneio de Wimbledon suspendeu nesta sexta-feira, 31, a proibição de jogadores da Rússia e de Belarus, permitindo que participem do Grand Slam como atletas “neutros”. Nas edições passadas, o banimento ocorreu em resposta a invasão russa à Ucrânia.
Os tenistas russos e bielorrussos terão que cumprir, no entanto, algumas exigências, como não expressar apoio à guerra, nem receber financiamento do governo de seus respectivos países. De acordo com o All England Lawn Tennis Club (AELTC), que administra o Wimbledon, os competidores também não podem obter patrocínios de empresas estatais ou controladas pelo estado.
As mesmas condições serão aplicadas para outros torneios britânicos.
“Continuamos a condenar totalmente a invasão ilegal da Rússia e nosso apoio sincero permanece com o povo da Ucrânia”, disse Ian Hewitt, presidente do AELTC. “Esta foi uma decisão incrivelmente difícil, tomada de maneira séria e com consideração por aqueles que serão afetados. A nosso ver, considerando todos os fatores, estes são os arranjos mais adequados para os campeonatos deste ano.”
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Em 2022, Wimbledon baniu jogadores da Rússia e de Belarus, aliada de Moscou,, após a invasão da Ucrânia, dizendo que era a única opção viável sob a orientação fornecida pelo governo britânico. Neste ano, o torneio suspendeu a proibição por meio do diálogo com o Estado.
Lucy Frazer, secretária de Cultura do Reino Unido, disse que o governo mantém a visão de que os atletas desses países não deveriam participar de competições esportivas nacionais e internacionais. Porém, Frazer apoiou a abordagem do Wimbledon.
“Atletas russos e bielorrussos individuais e autofinanciados podem competir no Reino Unido, desde que sigam nossas orientações sobre neutralidade”, disse Frazer.
Wimbledon e a Lawn Tennis Association (LTA), órgão regulador do jogo no Reino Unido, chegaram a ser multados impor duras sanções aos atletas dos dois países em 2022. Além das multas, Wimbledon também perdeu pontos no ranking.
“O AELTC e o LTA nunca deveriam ter sido multados pelos torneios internacionais de tênis por se posicionarem contra a agressão russa”, acrescentou Frazer.
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A Associação de Profissionais de Tênis (ATP) e a Associação de Tênis Feminino (WTA) comemoraram a decisão. Os órgãos reguladores disseram que foi necessário um esforço colaborativo em todo o esporte para chegar a uma “solução viável” que protegesse a justiça do jogo.
“Estamos satisfeitos que todos os jogadores tenham a oportunidade de competir nos eventos de Wimbledon e LTA neste verão”, disseram os dois órgãos em um comunicado conjunto. “Esta continua sendo uma situação extremamente difícil e gostaríamos de agradecer a Wimbledon e à LTA por seus esforços para chegar a esse resultado, reiterando nossa condenação inequívoca da guerra da Rússia contra a Ucrânia.”
Wimbledon foi o único Grand Slam a banir competidores da Rússia e Belarus. Nos demais principais torneios de tênis, os jogadores competiram como atletas individuais sem afiliação nacional.
Dois russos estão no top 10 do ranking masculino: Daniil Medvedev, em quinto lugar, e Andrey Rublev, em sétimo lugar. Entre as mulheres, a bielorrussa Aryna Sabalenka é a segunda colocada e Daria Kasatkina está em oitavo lugar. Em janeiro, Sabalenka venceu o Aberto da Austrália se tornando a primeira campeã neutra de um Grand Slam.
Wimbledon está marcado para os dias 3 a 16 de julho.