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Vírus de gripe suína reaparece e volta a assustar a Ásia

Apesar de não afetar humanos, peste suína africana pode ter impacto significativo na segurança alimentar por meio da diminuição e perda de produção

Por Duda Monteiro de Barros Atualizado em 10 mar 2021, 19h02 - Publicado em 10 mar 2021, 18h50

A peste suína africana, doença que assola os criadores de porcos há anos, está ressurgindo em toda a Ásia. A notícia é extremamente preocupante para a China, país mais atingido e lar de metade dos suínos do mundo.

O reaparecimento do vírus ameaça interromper os esforços para reabastecer os rebanhos nacionais depois que a doença matou dezenas de milhões de porcos na região e criou uma enorme escassez de proteína de carne. Novos surtos foram relatados na China e no Vietnã este ano, e a doença chegou até mesmo às costas da Malásia. No passado, o vírus também atingiu a Coreia do Sul.

Embora novos casos estejam espalhados e isolados, eles alertam os governos de que o vírus está circulando e que pode haver consequências terríveis se não for mantido sob controle.

Apesar de não afetar humanos, a doença pode ter um impacto significativo na segurança alimentar por meio da diminuição e perda de produção, bem como por meio da movimentação de carcaças infectadas com doenças que podem não ser adequadamente resfriadas ou congeladas, levando à contaminação bacteriana.

Com nenhuma vacina comercial disponível ainda, as autoridades estão confiando em medidas estritas de biossegurança e no abate de animais suscetíveis para manter a doença sob controle.

O último surto em território chinês inclui novas variantes que são mais brandas, mas mais difíceis de detectar, lançando dúvidas sobre a meta do governo de alcançar uma recuperação total do rebanho até meados do ano. 

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O progresso do país na reconstrução do número de suínos está sendo observado de perto por traders globais, uma vez que irá definir as necessidades de importação de grãos para ração e carne este ano. A China comprou quantidades recordes de soja, milho e carne de fornecedores estrangeiros em 2020, provocando picos de preços em toda a linha.

Após pequenos surtos, o Vietã abateu cerca de 2.000 só neste ano, em dados até fevereiro divulgados pelo Ministério da Agricultura local.  Mais de 20 regiões em todo o país relataram novos surtos.

A população de suínos do país era de 27,3 milhões no final de dezembro, ou 89% do total registrado antes da doença atacar em 2019 e resultou na perda de quase 6 milhões de porcos.

O país espera começar a produzir sua vacina contra a doença a partir do final de junho ou início de julho.

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A Malásia, por sua vez, teve seu primeiro surto de peste suína africana em fevereiro de 2021 e disse que 3.000 porcos no estado de Sabah seriam sacrificados. 

“Embora o ASF não infecte humanos, ele é capaz de causar grandes danos econômicos, bem como perturbar o bem-estar de nossa sociedade”, disse o vice-ministro-chefe, Jeffrey Kitingan.

Já a Coreia do Sul não registra um surto desde outubro, mas anunciou que reforçará as medidas preventivas antes da temporada de reprodução dos javalis, de abril a maio. Porcos selvagens rebeldes têm sido os principais culpados na propagação da doença da fronteira norte do país para fazendas locais.

No final de fevereiro, o país reforçou a quarentena de fronteira em meio aos relatos de novos casos em outras partes da Ásia, de acordo com o ministério da agricultura.

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