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Venezuelanos vão às urnas para plebiscito contra o presidente

Consulta chamada pela oposição a Nicolás Maduro e a sua proposta de Assembleia Constituinte pode levar 11 milhões à votação, que tem caráter simbólico

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h02 - Publicado em 16 jul 2017, 08h43
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  • Já cedo neste domingo, venezuelanos se organizavam em filas para votar no plebiscito simbólico contra o presidente Nicolás Maduro e contra seu projeto de Assembleia Constituinte.

    Os centros de votação na Venezuela abriram as portas às 7h locais (8h de Brasília). Pelas redes sociais, a oposição chamava para a votação com a hashtag #HoyElPuebloDecide.

    “O país não apenas rejeitará a Constituinte, como dará um mandato que é exigir a mudança de regime, a saída da ditadura e o início da transição com um governo de união nacional”, disse a dirigente María Corina Machado na véspera.

    Dirigindo-se ao governo, o líder opositor Henrique Capriles afirmou que “ainda há tempo” para que “cancelem uma Constituinte que ninguém quer”.

    Maduro convocou uma votação em 30 de julho para eleger membros de uma assembleia especial para promover alterações na Constituição da Venezuela, de 1999. A oposição diz que o voto é estruturado para reunir na assembleia constitucional apoiadores do governo e permitir que Maduro elimine oposições, criando um sistema ao estilo cubano, dominado por seu partido socialista.

    Maduro e os militares dominam a maioria das instituições do Estado, mas a oposição controla o Congresso. O promotor chefe do país recentemente rompeu com o partido no poder.

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    Os opositores acreditam que a consulta deste domingo, que não tem caráter vinculante, “mostrará ao mundo” que a maioria se opõe à iniciativa de Maduro para reformar a Constituição.

    Segundo o instituto de pesquisa Datanálisis, 70% dos venezuelanos rejeitam a Constituinte.

    “Espera-se 62% de participação para o domingo. Podemos chegar a 11 milhões de pessoas”, afirmou Capriles, citando números do Datanálisis.

    Participação

    Segundo o vice-presidente do Parlamento da Venezuela, o opositor Freddy Guevara, a participação na consulta popular já superava o esperado apenas três horas depois do início do processo.

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    “Vamos tentar ver em quais lugares a afluência foi mais alta para levarmos material de lá para outros lugares onde foi média. Em nenhum lugar a presença foi baixa, não há um só lugar que possamos dizer que a movimentação esteja abaixo do esperado”, disse ele, no centro de operações em Caracas.

    Guevara apontou que há pontos de consulta que tiveram entre 10% e 20% mais participação do que o esperado e que farão todo o possível para que “este fluxo possa continuar e não atrasar”. Ele destacou que o processo foi “muito rápido” e que, em média, as pessoas ficam na fila de 10 a 15 minutos.

    Consulta paralela

     

    Maduro considera o plebiscito ilegal, defendendo que apenas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pode realizar processos desse tipo.

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    Em paralelo, o CNE fará também neste domingo um simulado da votação da Constituinte. Seus 545 membros serão eleitos em 30 de julho. A oposição considera a consulta uma “provocação”.

    Baixando o tom em relação aos últimos dias, Maduro pediu que os dois eventos sejam pacíficos “com respeito às ideias do outro, sem qualquer incidente”.

    “Paz é o que eu peço”, insistiu, durante um ato transmitido em emissora de rádio e televisão no sábado.

    Considerou, porém, que a chegada de “mais de 500 veículos [internacionais] à Venezuela” para cobrir o plebiscito faz parte de um “show midiático” para justificar uma intervenção estrangeira contra ele e derrubá-lo.

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    “Vamos à Constituinte para salvar a pátria”, afirmou Maduro, cuja gestão é rejeitada por sete em cada dez venezuelanos em meio à devastação econômica.

    Tensão alta

    O plebiscito é realizado em meio a uma onda de protestos em repúdio ao governo que já completou três meses e meio. O saldo dessa escalada de violência é 95 mortos.

    As manifestações exigem a saída de Maduro do poder e renegam a Constituinte, “única via” — segundo o presidente — para restabelecer a paz e reativar a economia do país.

    Maduro se diz vítima de uma tentativa de golpe de Estado apoiado por Washington e de uma guerra econômica que leva à escassez de bens básicos e a uma voraz inflação.

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    Cinco ex-presidentes da região chegaram no sábado para participar, junto com especialistas eleitorais de vários países, como observadores do processo organizado pela oposição. São eles: o colombiano Andrés Pastrana, o boliviano Jorge Quiroga, o mexicano Vicente Fox e os costa-riquenhos Miguel Ángel Rodríguez e Laura Chinchilla.

    Os principais dirigentes da oposição afirmam que, após o plebiscito, vai-se ativar a “hora zero”, ou seja, a fase decisiva dos protestos para tirar Maduro do poder. Não descartam convocar uma greve geral.

    (Com as agências AFP, EFE e Estadão Conteúdo)

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