Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Venezuela: lixões viram ‘fonte de alimentação’ e motivam brigas

Os "melhores" lugares, com "comida boa", são os que recebem as sobras de restaurantes, padarias e mercados

Por Da redação
Atualizado em 5 jan 2017, 12h02 - Publicado em 5 jan 2017, 12h02
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A profunda crise que aflige a Venezuela trouxe como consequências escassez e fome, o que levou famílias inteiras a buscar restos de alimentos nos lixões e, muitas vezes, a brigar com outras pessoas sem recursos, por um resíduo comestível ou algum material reciclável que possa ser vendido. Ao serem consultadas, algumas das pessoas que vasculham o lixo disseram que, embora existam muitos lixões, nem todos são proveitosos.

    Os “melhores” lugares, com “comida boa”, são os que recebem as sobras de restaurantes, padarias e mercados, e são justamente esses os “territórios” mais movimentados e mais disputados pelos necessitados, e também por alguns grupos que se aproveitam da situação. Os horários destes estabelecimentos são mais do que conhecidos pelos que buscam comida escavando a cada nova remessa de resíduos despejada no local. Os desafortunados contam que já houve confrontos entre os que “têm fome” quando os despejos são feitos, e que há alguns “abusadores” que tiram proveito da situação e preparam bolsas de comida do lixo para vendê-las aos que não conseguiram pegar nada.

    Uma mulher de 26 anos que disse se chamar Brayan e vive em “situação de rua” há quase um ano no centro de Caracas afirmou à Agência Efe que em sua “zona” existem 45 pessoas que estão na mesma situação: sem trabalho, muitos com filhos e todos sem nada para comer. “Eu luto aqui todos os dias, brigando por uma bolsa porque eu sei que vem comida cozida e boa para dar aos meus filhos, e damos até facadas por isso”, disse a mulher em uma esquina cheia de lixo de um restaurante.

    Brayan é mãe de duas crianças de 8 e 9 anos e declarou que precisa buscar comida para eles na rua já que, embora tenha estudado para ser auxiliar de enfermaria, não conseguiu emprego devido à crise. No entanto, segundo ela, mesmo que tivesse um emprego, o salário é tão baixo que não dá para sobreviver. “O que você faz com 20 mil bolívares (cerca de R$ 95)? Dois quilos de farinha e um quilo de sardinha, e você não vai enfrentar uma fila das 2h até as 15h para te dizerem que acabou a farinha”, comentou.

    Inflação galopante — O salário mínimo na Venezuela é de 27.092 bolívares, o equivalente a 130 reais, em uma nação com uma inflação galopante que em 2015 fechou em 180,9%, com uma severa escassez de produtos básicos de todos os tipos, especialmente alimentos.

    Continua após a publicidade

    No lixão vasculhado por Brayan, as pessoas encontram presunto, queijo, ossos e pele de frango e, muitas vezes, a comida ainda conserva o calor do preparo, por isso muitos criticam que estes locais preferem jogar fora a comida do que doar aos necessitados.

    Enquanto isso, Jesús, de 15 anos e que vive em uma cidade nos arredores da capital venezuelana, vai a uma avenida no leste da cidade em busca de comida para levar para a mãe e o irmão, de poucos meses de idade. Este menino está na mesma situação que os primos de 8, 9 e 17 anos, que também seguem para a avenida em busca de comida. Enquanto reviram os resíduos, eles separam papelões para uma posterior venda a um caminhão que passa todos os dias na mesma hora por essa via coletando o material e em troca de 22 bolívares o quilo (um centavo de real). No entanto, os jovens não tiveram esta renda nas últimas semanas devido à escassez de notas de dinheiro que afeta o país desde meados de novembro.

    (Com agência EFE)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.