Um encontro marcado para esta segunda-feira, 23, entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o líder venezuelano, Nicolás Maduro, foi cancelado, segundo apurado por VEJA.
A assessoria do gabinete presidencial e o próprio Lula haviam confirmado a reunião, vista com ambiguidade por diversos setores devido à situação política da Venezuela.
Segundo o ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, o encontro foi cancelado pela parte venezuelana, mas o motivo não ficou claro. Macedo disse ainda que Maduro sequer viajará para a Argentina, para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
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A autoridade falou a repórteres na Casa Rosada, sede do governo argentino, durante uma reunião a portas fechadas entre Lula e o presidente do país, Alberto Fernández.
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As relações com a Venezuela haviam sido cortadas durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro. Já Lula deixou claro que pretende reconstruir as relações internacionais, em especial com os vizinhos da América Latina.
Uma das primeiras ações do atual governo foi restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela, cortadas no governo anterior, e ordenar a reabertura da embaixada em Caracas.
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A vitória de Lula foi comemorada sem pudor por Maduro, que posou para fotos fazendo o “L” com os dedos. Em parte pelo peso do petróleo venezuelano na crise energética mundial e, em parte, pela ascensão da esquerda na América Latina, o ditador livrou-se da condição de pária e voltou a ter interlocutores.
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a Venezuela fecha 2022 com o maior crescimento da região, de 12%, e deve repetir o feito no ano que vem (com a ressalva de que sai de um patamar baixíssimo).