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Venezuela: aliado de Maduro exige remoção da UE como observadora eleitoral

Líder da Assembleia Nacional aprovou medida depois que o bloco comunitário decidiu suspender as medidas anteriores contra autoridades venezuelanas

Por Mafê Firpo Atualizado em 15 Maio 2024, 21h13 - Publicado em 15 Maio 2024, 18h05
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  • O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodriguez, solicitou na terça-feira 14 que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) retire a União Europeia da lista de observadores internacionais para garantir a lisura das eleições presidenciais no país. A decisão de um dos principais líderes chavistas no legislativo ocorre em meio a uma crise diplomática entre a nação sul-americana e o bloco europeu, que levantou uma pequena parcela das sanções contra autoridades venezuelanas. Caracas considerou como provocação que a medida fosse apenas parcial, já que o Estado venezuelano “é um só, não pode se fragmentar”.

    “Não cabe a nós tomar a decisão, mas cabe a nós dar a nossa opinião, e creio que, com esta atitude racista, arrogante, grosseira, insultuosa da União Europeia, o convite para uma missão de observação eleitoral torna-se materialmente impossível. Não é nossa culpa, tentamos”, justificou Rodríguez.

    A briga diplomática

    Na segunda-feira 13, a União Europeia retirou sanções contra o chefe do CNE, Elvis Amoroso, aliado de Maduro, e outros três ex-funcionários da autoridade eleitoral do país. “Com este sinal importante e positivo, reconhecemos os recentes passos encorajadores e reconfirmamos o nosso compromisso e apoio ao bom andamento do processo eleitoral”, disse o porta-voz do serviço diplomático do bloco, Peter Stano, acrescentando que a medida procura “fortalecer os esforços venezuelanos rumo a eleições presidenciais inclusivas e competitivas”.

    O gesto não foi bem interpretado em Caracas, que sentiu nele um tom de crítica e pressão sobre a necessidade do regime trilhar um caminho democrático. “De forma enganosa, retiram alguns membros do Conselho Nacional Eleitoral da lista de sanções para supostamente enviar um sinal de boa fé, de alívio. Dizemos categoricamente que rejeitamos essa posição, o Estado venezuelano é um Estado único, é não pode ser fragmentado”, declarou o chanceler venezuelano, Yván Gil.

    Na mesma linha, o próprio Amoroso, que foi beneficiado pela iniciativa, disse rejeitar “as tentativas da União Europeia de me coagir, bem como do Poder Eleitoral. Ele acrescentou: “Seria indigno e desleal aceitar este presente da União Europeia só para mim, quando o certo a fazer é levantar todas as sanções impostas.”

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    Lisura das eleições

    A observação eleitoral por parte de órgãos internacionais é considerada uma medida crucial, e demanda da oposição, para garantir que o pleito marcado para 28 de julho seja livre e justo. Isso ocorre em meio à desconfiança geral entre candidatos e a comunidade internacional com os esforços chavistas de restringir certos nomes de participarem da disputa.

    A vencedora das primárias da oposição, Maria Corina Machado, foi impedida de concorrer pela Suprema Corte, que impediu-a de disputar cargos públicos por 15 anos com base em acusações de suposta “corrupção”. Sua substituta, Corina Yoris, tampouco conseguiu registrar-se no pleito, devido a sucessivas “falhas no sistema”. Agora, a oposição joga suas esperanças no ex-diplomata Edmundo González.

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