Venezuela acusa EUA de ‘terrorismo psicológico’ após nova sanção
O governo venezuelano advertiu também que poderia tomar ações com base no 'princípio da reciprocidade'
A Venezuela acusou os Estados Unidos nesta segunda-feira de fazerem “terrorismo psicológico” para forçar uma mudança em seu governo. A declaração é uma resposta ao decreto americano que inclui a nação em uma lista de países com restrições para viajar ao território americano.
“Estes tipos de listas são incompatíveis com o direito internacional e constituem em si uma forma de terrorismo psicológico e político”, denunciou a chancelaria em um comunicado. O texto diz ainda que a medida busca “exercer pressão sobre as instituições do Estado venezuelano e os pretensos funcionários sancionados (…) para coagir ou forçar uma mudança de governo venezuelano”.
A medida assinada no domingo pelo presidente Donald Trump restringe o ingresso aos Estados Unidos de funcionários de uma longa lista de entidades do governo venezuelano e seus familiares. Segundo a Casa Branca, Caracas adota os padrões impostos pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), mas “não coopera na verificação de se seus cidadãos representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública”.
O Departamento do Tesouro americano já tinha aplicado sanções financeiras ao próprio presidente Nicolás Maduro e a cerca de vinte funcionários e ex-colaboradores, como forma de pressionar para que a democracia se restabeleça no país petroleiro.
As medidas fazem parte de uma “campanha de agressões sistemática”, afirmou a chancelaria, destacando que a restrição de viagens “busca justificar a utilização de temas tão sérios como a luta contra o terrorismo como um meio para alcançar objetivos políticos”. O governo venezuelano advertiu também que diante das medidas americanas poderia tomar ações com base no “princípio da reciprocidade”.
No domingo, Venezuela, Coreia do Norte e Chade foram incluídos em uma nova lista de países cujos cidadãos estão proibidos de viajar aos Estados Unidos por sua pouca segurança ou falta de cooperação com Washington. A proibição é total para os cidadãos da Coreia do Norte e do Chade, enquanto as restrições para a Venezuela se limitam a uma grande lista de funcionários.
(Com AFP)