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Uma em cada três famílias do Reino Unido sofrerá de pobreza em 2023

Situação está prevista devido ao aumento das contas de energia, que deve chegar a 116% em janeiro

Por Da Redação
Atualizado em 9 ago 2022, 15h18 - Publicado em 9 ago 2022, 14h40

Quase um terço das famílias do Reino Unido devem enfrentar uma situação de pobreza no próximo inverno do hemisfério Norte devido ao alto preço da conta de energia, que deve subir novamente em janeiro. 

De acordo com estimativas feitas pela coalizão de ativistas End Fuel Poverty Coalition divulgadas nesta terça-feira, 9, cerca de 10,5 milhões de famílias sofrerão de indigência nos três primeiros meses de 2023 após pagamento da conta. O governo britânico define como pobreza quando a renda familiar anual é inferior a 60% da média salarial do país, que foi de 31.000 libras em 2021, segundo estatísticas oficiais. 

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As previsões foram baseadas em novas estimativas divulgadas nesta terça-feira pela empresa de pesquisa Cornwall Insight, que mostram que a conta de luz deve chegar a 3.582 libras por ano a partir de outubro e 4.266 libras a partir de janeiro, o que equivale a cerca de 355 libras por mês.

A previsão para o primeiro mês de 2023 representa um aumento de 116% na conta de energia em relação ao período atual.

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À medida que os preços dos combustíveis aumentam, as companhias estão enfrentando problemas para acompanhar o ritmo. Na semana passada, uma estimativa também divulgada pela Cornwall Insight apontava que o crescimento para janeiro seria de 83%, o que significa que em apenas uma semana as projeções aumentaram em mais de 30%. 

Em nota, a empresa explicou que precisou revisar seus números devido a um salto nos preços no atacado e uma mudança na maneira como o Reino Unido calcula seu preço máximo. No entanto, apesar do grande crescimento esperado, as contas devem começar a apresentar queda já no segundo semestre do próximo ano. 

O preço da energia em território britânico começou a subir no ano passado, quando uma crise global de oferta de gás natural elevou os preços a níveis recordes. Além disso, a guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, piorou ainda mais a situação. Ainda neste ano, foi registrado um aumento de 54%, aumentando de maneira considerável o custo de vida no país. 

Para aliviar as famílias e fornecer apoio à população, o governo anunciou em maio um pacote de 15 bilhões de libras que inclui auxílios de 400 euros a 29 milhões de famílias a partir de outubro. Mas para a End Fuel Poverty Coalition, a solução equivale a apenas “uma gota no oceano”.

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Em comunicado à imprensa, o principal consultor da Cornwall Insight também disse que “se o valor não era suficiente nas projeções anteriores, certamente não será agora”. 

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Para tentar aliviar a situação, uma das candidatas ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, propôs o corte de impostos para ajudar a diminuir o custo de vida, ao invés de um auxílio motetário direto. Já o outro concorrente ao cargo, Rishi Sunak, que foi ex-ministro das Finanças durante parte do governo de Boris Johnson, disse que a medida não será suficiente e que a população precisará de apoio incremental. 

Enquanto isso, a Confederação de Indústria do Reino Unido, principal organização empresarial do país, pediu que Johnson, Sunak e Truss se reúnam para encontrar uma maneira de apoiar famílias e empresas com suas contas de energia antes do resultado das eleições, de modo que as eventuais medidas sejam incluídas já no teto de preços de outubro, que será anunciado em 26 de agosto. 

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