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Um ano após posse de Fernández, Bolsonaro fará reunião com argentino

O presidente brasileiro e o líder argentino participarão de uma videoconferência nesta segunda-feira

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 nov 2020, 10h36 - Publicado em 30 nov 2020, 10h27

O presidente Jair Bolsonaro realizará sua primeira reunião com seu contraparte argentino, Alberto Fernández, nesta segunda-feira, 30. O encontro acontecerá por videoconferência, segundo as informações divulgadas pela Casa Rosada.

A reunião está marcada para as 11h30 para comemorar o Dia da Amizade Brasil-Argentina. A videoconferência consta na agenda do presidente argentino, mas não foi sinalizada nos compromissos oficiais divulgados pelo Palácio do Planalto.

Fernández tomou posse em 10 de dezembro e, desde então, não se reuniu com o presidente brasileiro. O estreitamento das relações bilaterais ficou a cargo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que se encontrou com o chanceler argentino pela primeira vez em fevereiro.

Bolsonaro e Fernández ficaram frente a frente pela primeira vez desde que o presidente argentino foi eleito em 2019 em julho, durante a 56ª Cúpula do Mercosul, realizada também de forma remota.

O presidente brasileiro se absteve de cumprimentar Fernández após sua vitória eleitoral e não assistiu à posse em 10 de dezembro, incomodado pela campanha do peronista a favor da libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Temeroso de que Fernández, herdeiro de uma economia mergulhada em uma grave crise, adote políticas protecionistas, o governo Bolsonaro chegou a ameaçar deixar o bloco.

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A iniciativa de um encontro entre os dois presidente foi considerada como um primeiro passo para a reaproximação entre os dois países, tradicionais parceiros comerciais.

Nas últimas semanas, Fernández e sua vice-presidente e mentora, Cristina Kirchner, têm travado um cabo de guerra sobre uma série de questões primordiais para a economia e recuperação do país. Abatido pela pandemia, o PIB argentino caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior colapso trimestral desde o início da estatística, em 1981.

Ao tecer críticas ao presidente argentino e sua equipe, Kirchner busca descolar sua imagem de um governo cada vez mais impopular e se garantir como uma alternativa política.

A dupla insiste em dizer que a relação segue estável, mas fontes da Casa Rosada espalham que a última vez que os dois trocaram mensagens foi há mais de 40 dias. O distanciamento de Kirchner pode ter ajudado na tentativa de reaproximação entre Fernández e Bolsonaro.

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