Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

UE diz não reconhecer vitória eleitoral de Lukashenko em Belarus

Na terça-feira, presidente bielorrusso disse estar disposto a compartilhar o poder com outras lideranças políticas, mas sem novas eleições

Por Da Redação 19 ago 2020, 16h37

Em reunião extraordinária, chefes de Estado e de governo de países que integram a União Europeia decidiram nesta quarta-feira, 19, não reconhecer o resultado das eleições presidenciais de Belarus, realizadas no último dia 9 e que garantiram o sexto mandato consecutivo do atual presidente, Alexander Lukashenko. No poder desde 1994, o mandatário conhecido como “último ditador da Europa” tem sido alvo de intensas manifestações, reprimidas com força por seu governo. 

“As eleições não foram justas, nem livres e não cumpriram os padrões internacionais. Não reconhecemos os resultados apresentados pelas autoridades bielorrussas”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em entrevista coletiva virtual, concedida após cúpula de líderes feita por videoconferência.

A principal adversária de Lukashenko na eleição, Svetlana Tikhanovskaya, se exilou na Lituânia pouco após o resultado oficial, citando preocupações com a segurança de seus filhos. No entanto, mais cedo nesta semana, ela afirmou estar pronta para liderar o país, que disse ter sido alvo de fraudes. 

“Lukashenko perdeu toda a legitimidade aos olhos de nossa nação e do mundo”, disse Tikhanovskaya em um vídeo gravado na terça-feira.

Em resposta, Lukashenko afirmou que novas eleições não vão ocorrer “até que me matem”, mas disse estar disposto a compartilhar o poder com outras lideranças políticas. Segundo a agência estatal de notícias Belta, Lukashenko anunciou que poderia entregar o poder após um referendo sobre possíveis mudanças na Constituição.

Continua após a publicidade

Michel disse ainda que a situação na antiga república soviética é “cada vez mais preocupante” e garantiu que a mensagem dos chefes de governo e Estado do bloco é clara.

“A UE se mantém solidária ao povo de Belarus, e não aceitamos a impunidade” garantiu Michel.

COMBO-FILES-BELARUS-POLITICS-VOTE-DEMO
Opositora Svetlana Tikhanovskaya, em 17/08/2020, e presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, em 30/06/2017. (Sergei Gapon e Sergei Gumeyev/AFP)
Continua após a publicidade

O presidente do Conselho Europeu avaliou que a situação no país não se trata de “geopolítica”, mas sim de uma crise nacional, sobre o direito de eleger livremente as lideranças.

Além disso, Michel considerou que a violência utilizada contra manifestantes, que foram às ruas protestar contra os resultados eleitorais, “impactante e inaceitável” e, por isso, pediu que seja feita uma investigação sobre os fatos.

Desde a noite da eleição, no dia 9 de agosto, a ex-república soviética se tornou um constante palco de manifestações contra o resultado do pleito. Logo após a ida às urnas, o país de 9 milhões de habitantes viu a maior manifestação da oposição em sua história, com milhares de pessoas nas ruas da capital, Minsk, pedindo a renúncia do líder.

Continua após a publicidade

Lukashenko, por sua vez, cita um plano apoiado por potências estrangeiras para desestabilizar Belarus. Ele afirma que os manifestantes são criminosos e desempregados. Nesta quarta-feira, Lukashenko ordenou que as forças de segurança do país acabem com os protestos contra seu governo.

“Não deveria mais haver qualquer tipo de desordem em Minsk”, disse o presidente, segundo a agência de notícias estatal Belta. “As pessoas estão cansadas. As pessoas pedem paz e sossego”.

Nesta quarta, morreu a terceira vítima conhecida da repressão aos protestos. Gennady Shutov, de 43 anos, estava internado desde o dia 11, quando recebeu um tiro na cabeça, em Brest. Segundo testemunhar, ele não participou de ataques a policiais. Entre os dias 9 e 11, mais de 100 pessoas ficaram feridas na cidade, onde o Ministério do Interior confirmou que a polícia havia usado munição letal contra manifestantes.

Continua após a publicidade

Segundo o presidente do Conselho, a União Europeia irá impor “sanções a um número substancial” de pessoas consideradas responsáveis pela fraude eleitoral e pela violência, com medidas restritivas que já estão sendo preparadas. “Tratam-se de punições seletivas, não contra o povo bielorrusso”, explicou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que a UE está disposta a acompanhar a transição em Belarus, garantindo um diálogo entre governo e oposição, e que apoia o trabalho da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Lukashenko e a OSCE possuem uma longa história. Em 2001, em sua primeira reeleição, a organização denunciou “falhas fundamentais” no processo eleitoral, entre elas censura da mídia. Belarus ocupa a 153ª posição, entre 180 países, no ranking de liberdade de imprensa feito pela organização Repórteres sem Fronteiras.

Casos de intimidação a opositores e de bloqueios arbitrários de candidaturas já aconteciam em 2001, segundo a OSCE.  Nas últimas eleições parlamentares, em 2019, fiscais da OSCE relataram urnas fraudadas e, em alguns casos, foram explicitamente impedidos de checá-las. Na ocasião, todos os 110 assentos da câmara baixa do Parlamento foram conquistados por apoiadores de Lukashenko.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.