A União Europeia estabeleceu planos de emergência nesta quarta-feira, 20, para reduzir o uso de gás em meio a temores de que a Rússia possa cortar seu fornecimento durante o inverno.
O bloco propôs uma meta de redução voluntária, de 15%, no uso do produto no período de agosto a março, acusando o Kremlin de usar as exportações de gás como arma.
“A Rússia está nos chantageando. A Rússia está usando a energia como arma”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em entrevista coletiva.
“E, portanto, em qualquer caso, seja um corte parcial e importante do gás russo ou um corte total do gás russo, a Europa precisa estar pronta.”
Ela alertou que quase metade dos estados membros já foram afetados pelo fluxo reduzido de gás da Rússia, que caiu abaixo de 30% em relação à média de 2016-2021.
As interrupções prejudicaram os esforços da Europa para reabastecer os estoques de gás antes do inverno. Isso aumentou o risco de racionamento e queda no crescimento econômico, se Moscou restringir ainda mais os fluxos em retaliação às sanções ocidentais pela guerra na Ucrânia.
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Os preços do gás dispararam no comércio volátil desde a invasão. O contrato de gás do mês subiu acima de 160 euros por megawatt-hora (MWh) nesta quarta-feira, 360% acima do ano anterior (mas abaixo do pico de março de 335 euros).
De acordo com os planos, caso haja risco substancial de grave escassez de gás, a União Europeia poderia tornar o corte obrigatório. A proposta ainda precisa ser aprovada pela maioria dos países do bloco, e seus diplomatas irão discuti-la nesta sexta-feira, 22.