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Ucrânia está por trás da explosão de gasodutos russos em 2022, diz jornal

'WSJ' afirma que operação para destruir dutos Nord Stream, que transportavam gás natural à Alemanha, foi aprovada por Zelensky; Kiev nega e acusa Moscou

Por Da Redação
Atualizado em 15 ago 2024, 09h36 - Publicado em 15 ago 2024, 09h36
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  • Os gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportavam gás natural da Rússia para a Alemanha sob o Mar Báltico, foram destruídos por uma pequena equipe de sabotagem ucraniana, de acordo o jornal americano The Wall Street Journal. Explosões que danificaram a infraestrutura energética russa foram detectadas em setembro de 2022. A reportagem acrescentou que a operação de sabotagem foi aprovada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e depois cancelada, mas continuou mesmo assim.

    Um porta-voz do mandatário ucraniano negou as alegações. Kiev acusa Moscou pela sabotagem, dizendo que o Kremlin tenta incriminar o governo Zelensky pelo episódio.

    Acusações a torto e a direito

    Quando os gasodutos Nord Stream foram danificados em 2022, sete meses após a invasão russa à Ucrânia, a crise energética na Europa causada pela dependência de combustível russo piorou. Inicialmente, muitos presumiram que Moscou havia sido responsável pelas explosões. Mais tarde, outros sugeriram que a CIA poderia estar envolvida.

    No ano passado, porém, o jornal americano The New York Times relatou que autoridades dos Estados Unidos tinham acesso a informações que sugeriam que um “grupo pró-ucraniano” estava por trás da sabotagem. Já no mês passado, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, o líder europeu mais próximo da Rússia, classificou o incidente como “um ato de terrorismo realizado na direção óbvia dos americanos”.

    Olhares se voltam à Ucrânia

    De acordo com o WSJ, a sabotagem contra os gasodutos envolveu um pequeno barco à vela e uma equipe de seis pessoas, que incluía soldados ucranianos e civis com alguma experiência relevante para a operação. O financiamento foi privado, mas o comando ficou a cargo de um general do exército em serviço, que recebia ordens do então chefe do Exército ucraniano, Valerii Zaluzhnyi.

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    Zelensky teria aprovado o plano, mas voltou atrás depois que a CIA descobriu tudo e demandou que Kiev cancelasse a operação, de acordo com as fontes do WSJ. No entanto, Zaluzhnyi decidiu levá-la a cabo mesmo assim.

    Agora embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Zaluzhnyi disse ao jornal americano que não sabia nada sobre a história, reduzindo as alegações a “meras provocações”.

    O que diz Kiev

    A Ucrânia sempre negou envolvimento na explosão. Nesta quinta-feira, Mykhailo Podolyak, um porta-voz de Zelensky, voltou a acusar a Rússia de estar por trás da sabotagem.

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    “Tal ato só poderia ser realizado com amplos recursos técnicos e financeiros. Quem possuía tudo isso na época do bombardeio? Somente a Rússia”, disse Podolyak à agência de notícias Reuters.

    Outras agências ucranianas também negaram que o governo estivesse envolvido nas explosões. Um alto funcionário do SBU, o serviço de segurança da Ucrânia, disse ao WSJ que Zelensky “não aprovou a implementação de tais ações no território de países terceiros e não emitiu ordens relevantes”.

    Apesar disso, a polícia e promotores da Alemanha supostamente redirecionaram uma investigação sobre o caso contra oficiais militares ucranianos de alta patente. Na quarta-feira, autoridades alemãs emitiram um mandado de prisão europeu para um homem identificado como “Volodymyr Z”, um instrutor de mergulho que vivia na Polônia, que teria sido responsável por mergulhar no mar para implantar explosivo nos dutos.

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