Autoridades militares ucranianas afirmaram nesta sexta-feira, 5, que ao menos seis aeronaves russas foram destruídas e outras oito foram danificadas durante um intenso ataque com drones na região russa de Rostov. Representantes da Defesa da Rússia, no entanto, negam a declaração do que seria um dos maiores ataques com veículos não tripulados durante a guerra, alegando que interceptaram 44 drones do país e apenas uma subestação de energia foi danificada.
Segundo as autoridades de inteligência da Ucrânia, o ataque foi lançado pelo Serviço de Segurança da país em colaboração com o Exército e teve como alvo um aeródromo militar nos arredores de Morozovsk. Cerca de 20 russos teriam morrido ou ficado feridos, segundo os ucranianos.
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A Ucrânia já deixou claro que ataques como esse, em solo russo, tem como objetivo prejudicar a produção de armas e equipamentos de guerra, atrapalhar o fornecimento de recursos aos militares russos na Ucrânia e atingir em cheio a economia do país, dependente de exportações de petróleo e gás a aliados como a China. O aumento de investidas contra refinarias de petróleo já fez com que a Rússia reduzisse suas vendas de gasolina, enquanto a ofensiva desta terça-feira demonstra a capacidade de Kiev em atingir alvos distantes, no coração do país inimigo.
Se confirmado, o ataque noturno seria um dos maiores contra a Rússia desde o início da guerra. O aeródromo se tornou alvo após lançar bombardeios aéreos contra cidades e áreas da linha de frente ucraniana.
Ambos os lados intensificaram seus ataques nas últimas semanas, indicando uma fase perigosa do conflito. A Rússia também avançou nos ataques à infraestrutura ucraniana, atingindo as usinas de energia do país.
Ataques com drones
Os drones de baixo custo estão sendo cada vez mais utilizados por ambos os lados da guerra para atingir equipamentos militares caros. Os drones Shahed, desenvolvidos pelo Irã, foram muito utilizados pela Rússia em seus ataques aéreos nas zonas urbanas da Ucrânia. Já Kiev, apesar de possuir uma indústria pequena, conseguiu avançar na produção de drones e embarcações marítimas não tripuladas eficazes.
No mês passado, a Ucrânia concentrou seus ataques a usinas de energia, refinarias de petróleo e regiões mais afastadas da fronteira, segundo a Rússia. No total, 35 drones foram disparados, atingindo inclusive a capital russa.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o país está investindo na produção de drones de ataque e de equipamentos para interceptar os drones inimigos. O assunto foi tema de uma reunião entre o presidente e os principais líderes do país, onde foram firmados “acordos escritos claros com os fabricantes, financiamento claro e prazos de entrega claros”, disse Zelensky.
O aumento da produção de mísseis “robusta e crescente” foi justificado pelo apoio militar insuficiente dos aliados ocidentais e, segundo o presidente ucraniano, o país “conseguiu estabilizar” suas posições apesar ter o menor exército.