A polícia da Turquia iniciou nesta sexta-feira, 9, a pedido da procuradoria de Istambul, uma operação para prender 103 soldados pela sua suposta ligação com o fracassado golpe de Estado de julho de 2016.
Pelo menos 74 suspeitos já foram detidos em uma operação realizada em 32 das 81 províncias do país, segundo a agência de notícias locais Anadolu.
A procuradoria suspeita que os soldados estejam ligados com a confraria do clérigo islamita Fethullah Gülen, a quem Ancara responsabiliza pelo levante golpista. Entre os acusados há dois coronéis e dois tenentes-coronéis.
Durante os dois anos após a tentativa de golpe, as autoridades turcas perseguiram de forma implacável os envolvidos no plano e seus supostos apoiadores, assim como os opositores pró-curdos, acusados de “terrorismo”, os meios de comunicação críticos ao governo e organizações não governamentais (ONGs). Muitas vezes não há provas concretas contra as pessoas detidas.
Sob o regime de exceção instalado, a Turquia prendeu mais de 75.000 pessoas por supostas ligações com Gülen. Cerca de 130.000 funcionários públicos foram exonerados de empregos públicos por supostos elos com organizações terroristas.
Na década passada, Güllen era aliado de Erdogan, mas ambos divergiram e se tornaram inimigos. Atualmente, o clérigo está exilado nos Estados Unidos.
Nos últimos dez dias, outras 500 pessoas foram presas por sua suposta relação com a confraria do clérigo, segundo informou o Ministério do Interior.
Desde a tentativa de golpe, mais de 8.500 membros das Forças Armadas, entre eles 150 generais, foram expulsos do país pelos seus supostos vínculos com a confraria do pregador islamita.
Este número representa aproximadamente 3,5% do pessoal militar da Turquia e a maioria deles foi ou está sendo julgada por seus supostos crimes.
(Com EFE)