Turquia decide libertar pastor americano Andrew Brunson
Detenção de religioso foi um dos motivos que levaram à piora das relações entre Ancara e Washington nos últimos anos
Um tribunal da Turquia decidiu libertar nesta sexta-feira (12) o pastor evangélico americano Andrew Brunson, que está no centro de uma amarga disputa diplomática entre Ancara e Washington.
Brunson foi condenado a três anos e meio de prisão por ajudar grupos terroristas na Turquia, mas como já havia cumprido o tempo de pena enquanto aguardava seu julgamento final, será libertado e poderá voltar aos Estados Unidos. Atualmente, o pastor estava em prisão domiciliar.
O presidente Donald Trump comemorou a decisão. “Meus pensamentos e orações estão com o pastor Brunson, e esperamos tê-lo em segurança de volta para casa em breve”, escreveu no Twitter.
O caso
Brunson estava preso na Turquia desde outubro de 2016, quando foi acusado de ligações com militantes curdos e partidários do clérigo Fethullah Gülen. Ancara considera o religioso o grande mentor de uma tentativa fracassada de golpe contra o governo de Recep Erdogan em 2016.
Gülen, de 72 anos, é ex-aliado de Edogan e vive desde 1999 na Pensilvânia, nos Estados Unidos, de onde coordena seu movimento social e religioso. A Turquia já pediu em diversas ocasiões sua extradição e usava a prisão de Brunson como moeda de troca para levá-lo de volta ao seu país.
O pastor americano sempre negou as acusações, enquanto Washington exigia sua libertação imediata.
Tensão diplomática
O caso contra Brunson foi um dos motivos que levou a um aumento na tensão diplomática entre os Estados Unidos e a Turquia. Sua prisão acarretou, inclusive, na imposição de sanções americanas contra Ancara.
A libertação do pastor, contudo, deve auxiliar na melhora das relações.
Em setembro, Trump e Erdogan se reuniram brevemente nos bastidores da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Este foi o primeiro encontro entre os dois líderes desde que os laços diplomáticos ficaram comprometidos.
Pouco depois da reunião, o presidente turco disse à imprensa que acreditava que os dois países provavelmente resistiriam à tempestade política.
(Com Reuters)