Um grupo de aborígenes matou um turista americano que visitava a ilha Sentinela do Norte, no arquipélago de Andamão, parte da Índia. A tribo que habita a região é conhecida por resistir violentamente ao contato com estrangeiros. Segundo a polícia local, John Allen Chau, de 27 anos, foi morto a flechadas pouco depois de desembarcar no local.
Grupos cristãos dos Estados Unidos afirmaram que Chau era um missionário que ele estava tentando chegar a ilha há algum tempo. No sábado 17, finalmente conseguiu no sábado 17. Autoridades acreditam que ele pagou para que um pescador o levasse até o local, lar da tribo que já existe há 300.000 anos.
“Os pescadores tentaram alertá-lo do perigo”, disse Denis Giles, ativista em prol dos direitos de grupos tribais e jornalista nas ilhas da região, ao jornal The Guardian. Segundo ele, o americano percorreu parte do caminho acompanhado, mas depois seguiu ao destino final com um caiaque individual. Ao voltar para terra firme, testemunhas disseram ter visto uma flecha atingir o turista, que então foi levado para dentro da ilha e enterrado.
O porta-voz da Polícia de Andamão, Jatin Narwal, já havia confirmado o desaparecimento de um cidadão americano, que havia sido visto pela última vez em 16 de novembro. Os trabalhadores que acompanharam o americano em parte do trajeto informaram um “amigo local” da vítima que, por sua vez, notificou as autoridades.
A polícia realizou então uma investigação e confirmou na última quarta 21 que o turista morreu pelas mãos dos aborígenes, sem confirmar ainda que a morte se deu por flechas, apesar dos relatos das testemunhas.
Responsáveis não podem ser processados
Em 2006, dois pescadores indianos que atracaram seu barco para dormir foram mortos quando a embarcação quebrou, sendo desviada para a ilha, de acordo com a Survival International, um grupo de advocacia pelos direitos tribais. Flechas ainda foram lançadas contra um helicóptero enviado para recuperar os corpos.
A população aborígine nas ilhas Andamão é estimada em 28.077 pessoas, segundo dados da Comissão Nacional para as Tribos (NCST). Já na ilha Sentinela do Norte, em censo feito pelo governo indiano em 2011, estimavam-se 15 habitantes, sendo difícil alcançar dados precisos graças aos perigos na aproximação.
Segundo a imprensa local, os responsáveis pela morte de Chau não podem ser processados, já que o contato com a tribo é proibido por lei. Sete pescadores da região foram presos por guiar o turista até uma área restrita.