Trump se declara inocente de 37 acusações em caso de documentos secretos
Ex-presidente foi indiciado em tribunal federal por desviar documentos secretos da Casa Branca para sua residência pessoal, na Flórida
Como era esperado, Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, se declarou inocente de todas as 37 acusações criminais federais feitas contra ele em um tribunal em Miami, na Flórida, nesta terça-feira, 13.
Em nome de seu cliente, o advogado Todd Blanche entrou com a apelação do indiciamento.
“Estamos certamente entrando com uma alegação de inocência”, disse Blanche ao tribunal.
Segundo a mídia americana, que acompanhou o indiciamento de dentro da sala no 13º andar do tribunal, o processo foi “muito básico” e “pro forma”, dizendo que durou apenas cerca de cinco minutos.
Trump, candidato presidencial republicano cujas tentativas de reverter sua derrota eleitoral em 2020 abalaram a democracia americana, chegou ao Tribunal Wilkie D. Ferguson Jr., no centro da cidade, para enfrentar as acusações criminais federais que o responsabilizam por reter, de maneira ilegal, segredos de Estado na área de defesa. O caso também o imputa por obstrução de Justiça, por ter se recusado a entregar os documentos confidenciais após solicitação do órgão Arquivos Nacionais e Administração de Documentos, bem como do Departamento de Justiça.
Uma multidão pequena, mas animada, se reuniu do lado de fora do tribunal para expressar apoio ao ex-presidente.
Trump foi preso por autoridades do Serviço de Delegados dos Estados Unidos e foi fichado no tribunal, assim como seu cor
réu e fiel assistente Walt Nauta.
Espera-se que os delegados façam cópias eletrônicas de suas impressões digitais em algum momento durante os procedimentos de hoje. Não se espera que eles tirem uma foto de Trump, devido à sua capacidade de reconhecimento.
Trump é a primeira pessoa que ocupou o Salão Oval da Casa Branca, em todos os 247 anos de história do país, a ser indiciado por um grande júri.
As 37 acusações criminais, reveladas parcialmente na sexta-feira 9, responsabilizam o ex-presidente por revelar informações confidenciais a seus assessores e visitantes do seu resort na Flórida, Mar-a-Lago, armazenar caixas cheias de papéis secretos de forma irresponsável em sua residência pessoal – algumas foram encontradas na garagem, outras até no banheiro – e mentir e obstruir a investigação federal.
Depois que o Departamento de Justiça se debruçou sobre o caso, Trump continuou evasivo e driblou uma série de pedidos de devolução da papelada. A investigação, então, conseguiu um mandado judicial para que o FBI pudesse fazer uma batida em Mar-a-Lago e recuperar o material. A polícia federal encontrou 26 caixas de documentos, sendo que ao menos 300 deles estavam classificados como “ultrassecretos”.