Trump quer acabar com o critério de raça para a admissão nas universidades
A Suprema Corte deverá confirmar orientação da Casa Branca contra a política de ação afirmativa deixada pelo governo de Barack Obama
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos eliminou nesta terça-feira 3 sete recomendações em favor de minorias mantidas pelo Departamento de Educação. A medida segue a política do governo de Donald Trump de estimular as universidades a adotar critérios “cegos” de admissão de estudantes, que não considerem a raça como fator relevante.
Segundo o jornal The New York Times, o secretário de Justiça americano, Jeff Sessions, determinou uma reavaliação das políticas dos governos anteriores que, em seu ponto de vista, iam além da Constituição, da lei e de exigências da Suprema Corte. O corte das sete políticas na área de educação foi o resultado desse trabalho, segundo Devin O´Malley, porta-voz do Departamento de Justiça.
A ação afirmativa criada e mantida especialmente pelo governo de Barack Obama está em uma encruzilhada. “As decisões do governo de Trump trazem a política oficial de volta aos padrões do governo de George W. Bush“, informa o jornal.
Embora a Suprema Corte americana tenha reduzido o espaço para universidades considerarem a raça como elemento para diversificar o perfil de seus estudantes, não chegou até agora a coibir essa medida. A aposentadoria do ministro Anthony Kennedy e sua substituição por um nome mais conservador, insistiu o jornal, poderá levar a Corte a decisões mais em linha com a Casa Branca nesse tema.
Um dos casos a ser julgados pela Suprema Corte é o de estudantes americanos de origem asiática contra a Universidade de Harvard, que a acusam de favorecer candidatos de outras raças.
Durante o governo de Obama, a Casa Branca estimulou escolas a adotar ações afirmativas em favor da diversidade, a partir de 2011. As orientações, entretanto, geraram debates e polêmicas no país por serem, em alguns casos, contrárias às legislações.