Trump promete barrar imigração muçulmana se vencer eleições nos EUA
O ex-presidente americano diz que vai promover uma 'triagem ideológica' para todos os imigrantes e não permitirá a entrada de refugiados de Gaza
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta terça-feira, 17, barrar refugiados de Gaza e expandir uma proibição para imigrantes muçulmanos – que ele implementou no primeiro mandato – se vencer as eleições em 2024. O discurso duplica as políticas de imigração linha-dura que há muito animam a sua base eleitoral.
Em comício no estado de Iowa, o ex-presidente afirmou que, se reeleito, vai iniciar imediatamente uma “triagem ideológica” para todos os imigrantes e barrar aqueles que simpatizam com o Hamas e extremistas muçulmanos. As propostas seriam um expansão dramática de suas políticas já controversas que alarmaram ativistas americanos dos direitos dos imigrantes, mas que o alçaram à presidência em 2016.
“Se você simpatiza com terroristas e extremistas islâmicos radicais, você está desqualificado”, disse ele. “Se você quer abolir o Estado de Israel, você está desqualificado. Se você apoia o Hamas ou qualquer ideologia que tenha a ver com isso ou qualquer outro pensamento realmente doentio que passa pela mente das pessoas – pensamentos muito perigosos – você está desqualificado.”
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Trump costuma criticar o fato de os Estados Unidos aceitarem imigrantes de países que considera inferiores, particularmente na África e no Oriente Médio. Segundo ele, enquanto era presidente, defendia Israel e a “civilização e valores judaico-cristãos”.
Em seu primeiro mandato, o republicano tentou barrar cidadãos de sete países de maioria muçulmana por meio de uma ordem executiva. No entanto, encontrou oposição feroz e a regulamentação foi combatida até a Suprema Corte. O tribunal superior acabou por manter uma terceira versão da proibição, que incluía cidadãos da Coreia do Norte e alguns da Venezuela.
Além disso, o ex-presidente aproveitou o comício para protestar contra os quatro processos criminais nos quais é réu, assim como contra uma ordem de silêncio que foi imposta a ele por um tribunal na segunda-feira 16, sobre o caso de interferência eleitoral em 2020.
A ordem, da qual Trump prometeu recorrer, o proíbe de fazer ataques e difamações contra procuradores, possíveis testemunhas e funcionários do tribunal.