O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, se reuniu com o aiatolá Ali Khamenei, do Irã, nesta quinta-feira, 13. O encontro foi o primeiro entre um chefe de governo japonês e um líder supremo iraniano desde a Revolução Islâmica de 1979.
Após o encontro, Khamenei afirmou que não valia a pena responder à mensagem que o premiê japonês levou para o Irã, sobre um possível diálogo com o governo dos Estados Unidos para auxiliar na redução das tensões.
“Eu não vejo [Donald] Trump como merecedor de qualquer troca de mensagens, e não tenho nenhuma resposta para ele, agora ou no futuro”, disse Khamenei, segundo a imprensa estatal iraniana.
Segundo Abe, contudo, o líder supremo afirmou durante a reunião que o Irã não pretende fabricar ou usar armas nucleares e reafirmou sua “crença na paz”. “Tenho isto em alta conta como um grande progresso rumo à paz e à estabilidade da região”, disse a repórteres em Teerã.
“O líder supremo Khamenei comentou que o país não fará e não deveria fazer, manter ou usar armas nucleares, e que não tem tais intenções”, afirmou.
Abe a Khamenei conversaram por cerca de uma hora. Na quarta-feira à noite, o premiê japonês havia se reunido com presidente Hassan Rohani.
“Reunido com @AbeShinzo, o primeiro-ministro japonês”, afirma uma mensagem publicada na conta oficial do Twitter do aiatolá Khamenei, acompanhada de uma foto de ambos.
O Japão é um aliado crucial dos Estados Unidos, país rival do Irã, e tradicionalmente tem boas relações com o governo de Teerã.
A visita de Abe acontece em um momento de grande tensão entre os governos americano e iraniano, após Washington ter se retirado do acordo nuclear internacional de 2015.
O primeiro-ministro japonês havia anunciado, antes do encontro, que pediria a Khamenei que desse os passos construtivos rumo à diminuição das tensões regionais, incluindo o início de um diálogo com os Estados Unidos.
“Ninguém quer uma guerra. O Japão quer ter um papel de destaque para reduzir a tensão”, disse Abe na quarta-feira 12.
“A paz e a estabilidade no Oriente Médio são indispensáveis para a prosperidade, não apenas nesta região mas no mundo inteiro”, completou.
(Com Reuters, AFP e Agência Brasil)