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Trump bate o pé: ‘Governo ficará fechado até aprovação de muro’

Líder americano preferiu não driblar a Câmara dos Deputados, em formato de pronunciamento presidencial usado em situações urgentes nos Estados Unidos

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h58 - Publicado em 9 jan 2019, 09h39

Em seu primeiro pronunciamento oficial no Salão Oval da Casa Branca, na noite de terça-feira 8, o presidente americano Donald Trump defendeu a liberação, pelo Congresso, de 5,7 bilhões de dólares para a construção do muro na fronteira com o México. Em meio à paralisação do governo (chamada de ‘shutdown’) o líder preferiu não declarar estado de emergência nacional, que lhe daria o poder de contornar a Câmara dos Deputados, controlada por maioria democrata, para financiar o muro com fundos militares.

Em oito minutos de discurso, transmitido em horário nobre pela televisão americana, Trump chamou a situação na fronteira entre Estados Unidos e México de “uma crise humanitária do coração e da alma.” Ele reitera que o governo seguirá paralisado enquanto a questão não tiver o desfecho desejado: “[O governo] permanece fechado por uma e única razão: os democratas não vão financiar a segurança na fronteira”, afirmou.

Ele ainda responsabilizou gangues de coiotes e “a grande quantidade de drogas ilegais” por “milhares de mortes”, além de culpar os democratas pela continuidade da paralisação parcial do governo, que já está no 18° dia. O partido de oposição, por sua vez, acusou o presidente de tentar plantar pavor na população.

“Quanto sangue americano ainda precisará ser derramado antes de o Congresso fazer o seu trabalho?”, disse, mencionando detalhes de assassinatos que afirmou terem sido cometidos por imigrantes ilegais.

Trump ainda argumentou que 90% da heroína vendida nos Estados Unidos vêm de território mexicano, apesar de autoridades americanas já terem esclarecido que quase todo o montante da droga chega ao país por entradas legais.

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O presidente lembrou o fato de que democratas já apoiaram a construção de uma barreira física e reafirmou que uma renovação do Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio, ainda não aprovada, financiaria a construção do muro, uma de suas diretrizes de campanha. A afirmação é questionada por economistas. 

Pouco depois, em resposta a Trump também transmitida ao vivo, a nova presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, fizeram um pronunciamento em que se opuseram à construção do muro e pressionaram pela reabertura do governo enquanto o debate continua.

“Infelizmente, as falas do presidente Trump ao longo dessa paralisação sem sentido são repletas de informações incorretas e até mesmo maliciosas”, disse Pelosi. “Ele deve parar de manter a população americana refém, deve parar de fabricar uma crise, e reabrir o governo”, completou. A oposição do público à paralisação está crescendo, o que pode prejudicar o líder, que disse no mês passado ter orgulho de fechar o governo para lutar pelo muro.

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Paralisação fecha serviços

O impasse que causa a paralisação parcial do governo envolve a discordância entre o presidente Donald Trump e o Congresso sobre a segurança da fronteira com o México. Para serem aprovados, os gastos públicos têm de passar por dois terços da Câmara, depois alcançando o Senado, de maioria republicana. A exigência de 5 bilhões de dólares para a construção do muro foi vetada pela bancada democrata e culminou no governo fechado.

Órgãos federais considerados dispensáveis pararam de funcionar, enquanto os essenciais permanecem abertos sem remuneração para seus funcionários, com o pagamento congelado até o reestabelecimento do governo. A estimativa é de que mais de 420.000 pessoas estejam trabalhando sem salário, incluindo mais de 41.000 envolvidos em serviços de segurança.

 

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