Claramente insatisfeito com as medidas tomadas pelo secretário de Saúde, Alex Azar, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 26, que o comando das operações de prevenção e combate ao coronavírus Sars-CoV-2 caberá ao vice-presidente, Mike Pence. Em pronunciamento na Casa Branca, Trump afirmou que a contaminação está diminuindo na China, epicentro do novo surto, e alegou que os Estados Unidos são “o país mais bem preparado para conter a epidemia”.
Apesar de haver 53 casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos, para Trump, essa epidemia não é mais preocupante do que um surto de influenza. “Isso acabará, isso acabará. Veja a temporada de gripe.”
Candidato à reeleição, ele fez questão de fazer a declaração em um momento de duras críticas da oposição democrata sobre a resposta da Casa Branca à possível disseminação da epidemia no país. Na terça-feira 25, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), principal agência sanitária americana, informou que o surto certamente atingirá o país e poderá ser pior do que o esperado.
Trump ressaltou que já enviou ao Congresso um pedido de desembolso adicional de 2,5 bilhões de dólares para o combate à doença. Com ironia eleitoral, afirmou haver republicanos dispostos a investir até 4 bilhões de dólares, mas os democratas querem o dobro. Referiu-se à crítica da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, de que estaria seu governo subestimando a crise. “Nancy Pelosy é incompetente”, declarou, para em seguida acusá-la de “criar pânico”.
Entre as novas medidas em estudo pelos Estados Unidos está a adoção de quarentena, se for necessária, em áreas onde haja surto de coronavírus. Trump informou que a Casa Branca já está em contato com governos estaduais para discutir essa possibilidade. “Eu acho que não precisaremos disso”, afirmou.
O presidente americano tratou ainda de rebater críticas à sua iniciativa de repatriar cerca de 850 americanos de Wuhan, na China, e outros 340 que estavam em quarentena no cruzeiro Diamond Princess, ancorado no porto de Yokohama, no Japão. Aos jornalistas, aclarou que, dentre os quinze primeiros pacientes diagnosticados com a Covid, a doença provocada pelo coronavírus, apenas um continua “muito doente”, internado em um hospital.