Líderes internacionais de diversos países, dentre os quais o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o soviético Mikhail Gorbachev, manifestaram condolências pela morte do ex-presidente norte-americano, George Herbert Walker Bush, e destacaram sua dedicação ao serviço público. O ex-presidente Barack Obama descreveu Bush como “patriota e humilde servidor”.
Pelo Twitter, Trump destacou a liderança de Bush no “vitorioso fim” da Guerra Fria. “Com bom critério, bom senso e uma liderança imperturbável, o presidente Bush guiou nossa nação e o mundo a um pacífico e vitorioso fim da Guerra Fria”, declarou Trump em comunicado conjunto com sua esposa, a primeira-dama Melania Trump.
Em 2016, apesar de seus persistentes problemas de saúde, Bush tornou pública sua rejeição a Trump depois que nas primárias republicanas o agora presidente dirigiu fortes ataques contra seu filho e ex-governador da Flórida, Jeb Bush.
Bush morreu nesta sexta-feira aos 94 anos, oito meses depois de sua esposa e ex-primeira-dama, Bárbara, com quem esteve casado por 73 anos. A morte foi comunicada pelo seu filho e também ex-presidente, George W. Bush.
“Jeb, Neil, Marvin, Doro e eu estamos tristes em anunciar que, depois de 94 anos extraordinários, nosso querido pai morreu. George HW Bush era um homem do mais alto nível e o melhor pai que um filho ou filha poderia pedir”, escreveu o filho.
Gorbachev, último presidente da extinta União Soviética e com quem Bush assinou em 1991 o Tratado de Redução de Armas Estratégicas para limitar o número de mísseis nucleares manifestou “condolência profunda” à família de Bush e a todos os americanos.
À agência de notícias Interfax, declarou que a época da Guerra Fria “demandou grande responsabilidade de cada um, e que o resultado foi o fim da corrida por armamentos nucleares”. Gorbachev disse também que ele e sua esposa, Raisa, “apreciaram profundamente a atenção, o cuidado e a simplicidade típica de George e Barbara Bush, assim como do resto de sua grande e amigável família”.
O ex-presidente Barack Obama também manifestou seu pesar. “A América perdeu um patriota e humilde servidor George Herbert Walker Bush. Enquanto nossos corações estão pesados hoje, eles também estão cheios de gratidão. Nossos pensamentos estão com toda a família Bush esta noite – e todos os que foram inspirados pelo exemplo de George e Barbara.”
O ex-presidente Bill Clinton destacou a amizade com seu antecessor. “Hillary e eu lamentamos o falecimento do presidente George H. W. Bush, e agradecemos por sua longa vida de serviços, amor e amizade. Sou grato por cada minuto que estive com ele, e sempre guardarei nossa amizade como um dos maiores presentes de minha vida”
Clinton lembrou que, após ter deixado a Casa Branca, Bush continuou trabalhando pela recuperação das regiões asiáticas atingidas por tsunamis e junto ao governo norte-americano após o furacão Katrina, que devastou o sul do país.
O líder tibetano Dalai Lama afirmou que Bush foi o primeiro presidente norte-americano que ele teve o “privilégio de conhecer”. “Lembro de ter me sentido profundamente tocado por sua preocupação com o povo tibetano e a situação no Tibet”, disse. “Nada pode substituir a perda de um pai, mas podemos nos alegrar com o fato de que ele teve uma vida significativa, dedicada ao serviço público”, acrescentou.
Líderes britânicos também divulgaram notas após a morte do ex-presidente americano. A primeira ministra, Theresa May, disse que Bush foi “um grande estadista e amigo verdadeiro” do Reino Unido. May comentou ainda que, ao trabalhar para um “fim pacífico da Guerra Fria”, Bush “tornou o mundo um lugar mais seguro para as gerações futuras”.
John Major, primeiro-ministro britânico entre 1990 e 1997, quando Bush era presidente, afirmou à BBC que o norte-americano “enxergou a obrigação dos Estados Unidos (à época) com o mundo e a honrou”. “Ele foi, simplesmente, uma das pessoas mais profundamente decentes que eu já conheci”, declarou Major.
O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou pelo Twitter que Bush foi “um líder global, que apoiou fortemente a aliança com a Europa”.
O presidente Michel Temer também pronunciou-se pelo Twitter. “Recebi com pesar a notícia do falecimento do ex-Presidente dos EUA George H. W. Bush, líder respeitado em seu país e no mundo. Nossos sentimentos à família e ao povo dos EUA.”
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, declarou que Bush foi um dos “arquitetos” da reunificação alemã na década de 1990. “Estamos de luto por um grande estadista e amigo da Alemanha”, disse Maas em nota. Bush era presidente quando o Muro de Berlim foi derrubado, em 1989, e deu apoio à reunificação do país menos de um ano depois. “Ele corajosamente aproveitou a oportunidade para acabar com a Guerra Fria”.
O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, afirmou que o “Presidente Bush foi a personificação dos valores dos Estados Unidos, defendendo o que era certo e lutando durante toda sua vida contra a tirania e a opressão de qualquer forma”.
No Kuwait, importante nação produtora de petróleo, o Emir Sheikh Sabah Al Ahmad Al Sabah ofereceu condolências ao filho de George Bush, o também ex-presidente George W. Bush. Sheikh lembrou dos esforços de Bush para “criar uma nova ordem internacional baseada na justiça e na igualdade entre as nações” e disse ainda que o ex-presidente norte-americano jamais esqueceu o povo do Kuwait. A liderança de Bush na Guerra do Golfo (1990-1991) permitiu a saída do Iraque do Kuwait com um número mínimo de vítimas americanas.
Já no Irã, uma emissora de TV estatal informou a morte de Bush descrevendo-o como um dos “outros presidentes dos EUA que desejavam ver o colapso da República Islâmica”.
(Com Estadão Conteúdo)