O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o regime de Pyongyang de não ter “decência humana básica” ao comentar a morte do estudante Otto Warmbier, que faleceu nesta segunda-feira após ser extraditado em coma da Coreia do Norte. “O destino de Otto aumenta a determinação de meu governo de prevenir tais tragédias de inocentes que caem nas mãos de regimes que não respeitam as leis ou a decência humana básica”, disse o presidente republicano em um comunicado.
Trump e a primeira dama dos EUA, Melania Trump, expressaram suas condolências à família de Warmbier e afirmaram que “não há mais trágico para um pai que perder um filho na melhor fase da vida”. “Os EUA condenam mais uma vez a brutalidade do regime norte-coreano”, afirmou Trump, cujo governo conseguiu que Pyongyang extraditasse o jovem, que tinha 22 anos.
O estudante de 22 anos, que ficou preso na Coreia do Norte por dezessete meses e foi extraditado em coma na semana passada, morreu nessa segunda-feira em Ohio, informou a família. No comunicado, os pais, Fred e Cindy Warmbier, agradecem aos médicos do hospital de Cincinnati por terem feito todo o possível para salvá-lo. O estudante foi internado em 13 de junho após ter sido liberado pelas autoridades norte-coreanas em coma e com graves danos cerebrais.
A família responsabilizou o governo norte-coreano pela morte do jovem e condenou “o horrível e tortuoso abuso” que o rapaz recebeu no país. Os pais afirmaram que, apesar de o jovem ter chegado ao país incapaz de falar ou responder a estímulos, “o semblante de seu rosto mudou” no dia seguinte à chegada. “Estava em paz. Estava em casa, e acreditamos que pôde sentir isso”, alegou a família.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que ajudou a pressionar pela libertação de Warmbier, disse que os Estados Unidos consideram a Coréia do Norte “responsável” por uma prisão injusta, reportou a rede CNN.
O senador John McCain também responsabilizou o país do ditador Kim Jong-un pela morte do rapaz. “Vamos deixar os fatos claros: Otto Warmbier, um cidadão americano, foi assassinado pelo regime de Kim Jong-un. Em seu último ano de vida, ele viveu o pesadelo em que o povo norte-coreano está preso há 70 anos: trabalho forçado, fome, crueldade sistêmica, tortura e assassinato”.
“Botulismo”
Warmbier foi preso em janeiro de 2016 no aeroporto de Pyongyang quando chegava ao fim uma viagem de cinco dias à Coreia do Norte. Ele foi acusado de tentar destruir um cartaz com propaganda política em um hotel da capital norte-coreana. O governo argumentou que Warmbier sofreu um surto de botulismo e o medicou com sonífero, mas que ele não voltou a acordar.
Os exames realizados pelos médicos nos Estados Unidos, no entanto, apontaram “dano neurológico grave”.
(Com EFE)