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Trump classifica acordo nuclear com Irã de ‘terrível e ridículo’

Durante encontro com o presidente francês Emmanuel Macron, o líder americano ameaçou reativar as sanções econômicas contra Teerã

Por Da redação
Atualizado em 24 abr 2018, 17h56 - Publicado em 24 abr 2018, 15h16

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tachou nesta terça-feira o acordo nuclear com o Irã em 2015 como “terrível e ridículo”, mas garantiu que discutirá o tema com o presidente da França, Emmanuel Macron, que está na Casa Branca.

“É ridículo. É terrível. Nunca deveríamos tê-lo assinado. Mas vamos falar sobre isso”, afirmou Trump aos jornalistas antes de iniciar sua reunião de trabalho com Macron. O presidente americano disse que, a menos que seus aliados europeus consertem o que chamou de “defeitos terríveis” do acordo até 12 de maio, ele reativará as sanções econômicas dos Estados Unidos contra Teerã, o que seria um golpe duro no pacto.

“Se (o Irã) reiniciar seu programa nuclear, terá problemas maiores do que jamais teve”, advertiu Trump, que também criticou as ações desestabilizadoras do Irã na região.

Concretamente, o presidente americano afirmou que “não importa aonde você vá, especialmente no Oriente Médio, o Irã sempre está por trás de onde há problemas, Iêmen, Síria, não importa onde, o Irã está por trás”.

Macron, por sua vez, defendeu a necessidade do acordo nuclear para deter Teerã e disse que os termos estabelecidos são só o início, “devemos construir em cima” do que já foi acordado. “É preciso vê-lo com perspectiva, trata-se de preservar a estabilidade na região, o que queremos é controlar o Irã”, afirmou o presidente francês, que viajou a Washington com a intenção de convencer seu colega americano a não romper o pacto.

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O objetivo do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que entrou em vigor em 1970 mas incluiu o Irã apenas em 2015, é conter o avanço do desenvolvimento de armas nucleares e garantir o direito de todos os membros de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. As cinco potências nucleares originais Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França , mais a Alemanha, também devem reduzir gradualmente seus arsenais.

A visita de Macron acontece em um momento decisivo para o acordo, porque Trump deu um ultimato a França, Alemanha e Reino Unido para que negociem com ele um pacto paralelo que corrija os “defeitos” do acordo original antes de 12 de maio, se não quiserem que os Estados Unidos se retirem do pacto.

Reação

Em uma coletiva de imprensa transmitida nesta terça-feira pela televisão estatal iraniana, o secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã, Ali Shamkhani, disse que a Organização de Energia Atômica de seu país está pronta para algumas “ações surpreendentes” se o acordo for descartado.

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Respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de Teerã se desligar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), Shamkhani respondeu: “Esta é uma de três opções que estamos cogitando”.

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, também alertou Trump nesta terça-feira para permanecer filiado ao acordo nuclear ou enfrentar “consequências graves”. “Estou dizendo à Casa Branca que se eles não fizerem jus aos seus compromissos, o governo iraniano reagirá com firmeza”, disse Rouhani em um discurso. “O Irã está preparado para todas as situações possíveis”, acrescentou, diante de uma multidão entusiasmada de milhares de pessoas na cidade de Tabriz. Teerã disse que intensificará seu programa nuclear se o pacto fracassar.

(Com EFE e Reuters)

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