O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o México com a adoção de tarifas se o acordo fechado na noite de sexta-feira 7 não for aprovado pelo Congresso desse país. Com o acerto, que driblou a punição sobre o comércio a partir desta segunda-feira, o governo de Andrés Manuel López Obrador se comprometeu a controlar o fluxo de imigrantes centro-americanos.
“Nós assinamos e documentamos outra parte muito importante do acordo de Imigração e Segurança com o México, que os Estados Unidos há muitos anos vêm pedindo. Será revelador em um futuro não muito distante e vai precisar do voto do Legislativo do México”, afirmou Trump pelo Twitter.
“Nós não prevemos um problema com a votação, mas se por alguma razão a aprovação não acontecer, as tarifas serão aplicadas”, completou, referindo-se à imposição de alíquota de 5% sobre os produtos importados do México, com aumentos mensais até 25%.
Trump não revelou mais detalhes sobre a sua ameaça. O poder legislativo mexicano funciona em um congresso bicameral. O Morena, partido de López Obrador, tem maioria absoluta na Câmara dos Deputados, mas não no Senado.
Na Cidade do México, o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, disse nesta segunda-feira que medidas acordadas com os Estados Unidos serão avaliadas após 45 dias, para verificar se estão funcionando. Ebrard afirmou que não houve uma meta específica de redução da imigração, embora as autoridades americanas quisessem reduzir o número a zero.
Trump também reagiu contra reportagem publicada na edição de sábado 8 do jornal The New York Times, que informa que os principais tópicos acordados pelo México eram compromissos já assumidos. Entre eles, cita o envio de tropas da Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala, a porta de entrada no México dos imigrantes com destino aos Estados Unidos. Essa medida fora prometida em março passado pelo governo de López Obrador.
Claramente furioso com a reportagem, o presidente americano escreveu em seu perfil no Twitter novos insultos contra o Times. Entre os quais “fracassado”, “mídia corrupta” e jornalismo doentio”.
(Com AFP e Reuters)