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Trump admite que Câmara tem votos suficientes para aprovar impeachment

Presidente americano disse que ainda 'não sabe' se vai cooperar em caso de julgamento político

Por Da Redação
4 out 2019, 16h03

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta sexta-feira, 4, que o Partido Democrata “infelizmente tem os votos” necessários para aprovar o processo de impeachment contra ele na Câmara dos Deputados. O republicano, contudo, afirmou que ainda não sabe se vai cooperar com o Congresso.

“Os democratas, infelizmente, têm os votos”, disse a repórteres nos jardins da Casa Branca. Entretanto, o presidente prevê que pode “ganhar” um julgamento no Senado, onde o seu Partido Republicano tem maioria. “Os republicanos estão muito unidos”, afirmou.

Trump, contudo, disse que ainda não sabe se vai cooperar com o Congresso, caso um processo de impeachment seja aprovado. “Não sei, vai depender dos advogados”, disse.

Os democratas que controlam a Câmara dos Deputados estão investigando se Trump abusou de sua posição, pressionando a Ucrânia a coletar informações comprometedoras sobre o ex-vice-presidente Joe Biden. O pré-candidato democrata é, hoje, o mais bem posicionado para disputar as eleições no próximo ano.

Para que o processo seja aprovado formalmente, o Comitê Judiciário da Câmara deve realizar uma investigação sobre os supostos crimes cometidos pelo presidente e elaborar os “artigos” de impeachment. O texto é então enviado para o plenário da Câmara, onde deve ser aprovado por maioria simples para prosseguir para o Senado.

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Na Câmara Alta é realizado um julgamento, com os senadores atuando como promotores, e o presidente e seus advogados apresentando a defesa. O presidente da Suprema Corte preside as sessões. Com 100 membros, será necessária a maioria de dois terços – 66 senadores – para condenar e destituir o chefe de Estado.

Os democratas têm maioria na Câmara, mas não no Senado. A previsão de Trump de que seu processo de impeachment seria barrado pelos senadores parece provável no cenário atual, mas pode não se concretizar em alguns meses, caso o presidente perca apoio dentro do seu próprio partido.

China

Também nesta sexta Trump voltou atrás em suas declarações anteriores e afirmou que não irá relacionar um muito esperado acordo comercial com a China a seu desejo declarado publicamente de que Pequim investigue Biden.

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“Uma coisa não tem nada a ver com a outra”, disse o presidente ao ser perguntado se teria mais chances de fazer um acordo com a China se o país asiático investigasse Biden. “Quero fazer um acordo comercial com a China, mas apenas se for bom para o nosso país.”

Na quinta-feira, o republicano pediu publicamente a Pequim que investigasse o ex-vice-presidente, provocando preocupações de que ele estaria novamente buscando interferência estrangeira na eleição dos Estados Unidos.

Na semana passada, Trump divulgou a transcrição de sua ligação telefônica com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Na conversa, o americano pede claramente que o ucraniano reabra a investigação contra a empresa Burisma Holdings, ligada ao filho de Joe Biden, Hunter.

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Mensagens de texto divulgadas nesta quinta-feira 4 pelo Congresso americano também mostraram como diplomatas americanos atuaram para concretizar os desejos de Trump.

Os diálogos evidenciam o que seria uma oferta de troca de favores por parte dos americanos: a investigação teria sido imposta pelo governo americano como condição para a realização de uma visita de Estado do presidente ucraniano à Casa Branca e de uma possível melhora nas relações entre Kiev e Washington.

(Com AFP e Reuters)

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