Trono de coroação britânico ganha reforma para cerimônia de Charles III
A tradicional relíquia foi construída em 1308 e faz parte das cerimônias de coroação desde o rei Henrique VIII
A histórica Cadeira de Coroação na qual os monarcas do Reino Unido são coroados há 700 anos está passando por uma reforma antes da cerimônia de coroação do rei Charles III, no dia 6 de abril. O novo monarca e a rainha consorte, Camilla da Cornualha, serão homenageados na Abadia de Westminster, em Londres, onde monarcas recebem a coroa há quase mil anos.
Ao sentar no trono especial, Charles vai seguir antepassados como o rei Henrique VIII, a rainha Vitória e sua própria mãe, Elizabeth II. O assento é feito de carvalho e originalmente coberto com ouro folheado e decorado com vidro colorido.
“É a mais antiga peça de mobília sobrevivente ainda usada para seu propósito original”, afirma Krista Blessley, conservadora de pinturas da Abadia.
Enquanto a maioria dos olhares vai ser direcionado para a coroa, o assento também faz parte da história do Reino Unido. Segundo a Abadia, o primeiro rei que se sentou no trono para ser coroado foi Henrique IV, em 1399, mas ele já existe desde 1308. O Rei Eduardo I mandou construir a relíquia para ser ornada com a Pedra do Scone, ou Pedra do Destino, que trouxe da Escócia em 1296.
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Ao longo dos anos, a cadeira começou a se desgastar e passou a ser alvo de pichações de estudantes e turistas durante os séculos 18 e 19. O assento ainda guarda um recado antigo, esculpido por um visitante: “P. Abbott dormiu nesta cadeira de 5 a 6 de julho de 1800”.
Em 1914, um bombardeio, possivelmente organizado pelas sufragistas, ainda foi responsável por destruir um pequeno canto do objeto.
Aos poucos, a cadeira perdeu partes importantes de sua estrutura. Sua base, com um leão em cada canto, foi substituída no século 18. Nacionalistas escoceses também roubaram a Pedra do Scone no Natal de 1950, antes de ser recuperada meses depois. A pedra eventualmente foi devolvida pela a Escócia em 1996 e hoje fica no Castelo de Edimburgo, mas deve voltar para Londres para a cerimônia de coroação.
Pela fragilidade e importância do material, a restauração deve ser cuidadosa. Os profissionais vão realizar uma limpeza da superfície com esponjas e cotonetes para remover a sujeira e vai haver uma estabilização das camadas de dourado sobreviventes na base e no assento da cadeira medieval.
“A cadeira da coroação é extremamente frágil. Ela tem uma estrutura de camadas complexa, o que significa que as camadas douradas frequentemente se desprendem”, disse Blessley.