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Três dias depois de visitar Rússia, Orbán vai à China de Xi Jinping

Encontro faz parte da "terceira etapa" da "missão de paz" do premiê húngaro para terminar com a guerra na Ucrânia

Por Da Redação
Atualizado em 8 jul 2024, 20h57 - Publicado em 8 jul 2024, 16h26
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  • Três dias depois de visitar Moscou, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fez uma viagem não anunciada a Pequim para conversar com o líder chinês, Xi Jinping, sobre fortalecer as relações entre os dois países. Ambas as visitas foram planejadas em segredo e intensificaram as críticas de aliados europeus.

    “A China é uma importante força estabilizadora para promover a paz mundial”, disse o Orbán durante o encontro. “A Hungria aprecia muito e atribui importância ao papel e à influência da China”.

    Orbán e Xi se encontraram na Casa de Hóspedes Estatal Diaoyutai, em Pequim, em uma conversa que o húngaro descreveu como a “terceira etapa” de uma “missão de paz” para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada por ele sem apoio da Comissão Europeia ou do governo ucraniano. Em sua conta na plataforma X, antigo Twitter, o primeiro-ministro afirmou que a China é “essencial para criar condições de uma paz” no conflito.

    Após a reunião, a China publicou um resumo oficial do encontro, afirmando que os dois países discutiram suas ideias para acabar com  guerra, onde ambos são a favor dos termos que a Ucrânia rejeita por serem mais favoráveis à Rússia, que incluem a desistência de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que as tropas ucranianas se retirem das regiões dominadas pelo Exército russo.

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    A reunião entre Orbán e Xi é uma maneira de pressionar a União Europeia a se distanciar de Washington, com quem a Hungria tem relações tensas. Neste mês, o húngaro assumiu a presidência rotativa do Conselho da União Europeia, dando a ele uma maior influência nos assuntos europeus. Desde que começou no cargo, o primeiro-ministro se encontrou com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e também com o líder russo, Vladimir Putin.

    Reação da UE

    Em maio, Orbán recebeu Xi em Budapeste, reforçando os laços entre as duas nações, além de tentar restaurar a influência chinesa na Europa. Durante anos, o húngaro tem trabalhado para conter as críticas à China feitas pela União Europeia, que afirma que o premiê da Hungria corteja líderes autoritários, desafiando os objetivos da política externa do bloco.

    Já na viagem de Orbán a Moscou, alguns líderes europeus enfatizaram que ele não representava a totalidade do bloco europeu. De acordo com o húngaro, o encontro teria sido motivado pela tentativa de colocar fim as hostilidades que não seriam resolvidas de “uma poltrona confortável em Bruxelas”. Ele também destacou preocupações do reflexo da guerra “na destruição do nosso desenvolvimento econômico e no declínio da nossa competitividade”, acrescentando que frisou ao líder russo que “a Europa precisa de paz”.

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    Em resposta, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, publicou uma mensagem direta ao premiê em sua conta no X: “apaziguamento não vai parar Putin”, escreveu. Ela disse, ainda, que “somente unidade e determinação pavimentarão o caminho para uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia”.

    A visita do premiê ocorre um dia antes da cúpula da Otan em Washington começar, na qual o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes ocidentais vão oferecer a Kiev mais apoio da guerra contra a Rússia.

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