Tóquio e Pyongyang têm reunião para debater sequestros de japoneses
Entre 1977 e 1983, o regime comunista sequestrou dezessete cidadãos japoneses para participarem do treinamento de espiões norte-coreanos
O governo do Japão informou nesta quarta-feira que enviará uma delegação a Pyongyang no próximo dia 27 para discutir os avanços na investigação do sequestro de cidadãos japoneses realizados durante décadas pelo regime norte-coreano. A delegação será formada por dez membros e liderada pelo diretor para a Ásia da Chancelaria japonesa, Junichi Ihara, explicou em entrevista coletiva o porta-voz Yoshihide Suga.
Suga detalhou que o grupo se reunirá durante dois dias com representantes do governo norte-coreano. Pyongyang concordou em maio em estabelecer um Comitê de Investigação Especial para resolver o assunto. Em troca, o Japão decidiu suspender parte das sanções que mantinha há anos sobre o regime autoritário liderado pelo ditador Kim Jong-un. O objetivo da visita é saber com mais profundidade o estado em que está a investigação, já que a Coreia do Norte não apresentou seu relatório no início de outubro, como estava combinado.
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O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe exige uma investigação minuciosa para resolver o tema dos sequestros de cidadãos japoneses realizados nos anos 70 e 80 pela Coreia do Norte para treinar seus espiões. O Japão afirma que entre 1977 e 1983 pelo menos dezessete japoneses (dos quais apenas cinco voltaram ao país) foram sequestrados pela Coreia do Norte para dar lições de cultura e idioma em seus programas de treinamento de espiões.
Em 2002 a Coreia do Norte admitiu treze sequestros, mas argumentou que, fora os cinco cidadãos que devolveu ao Japão, oito morreram e que quatro deles nunca chegaram a pisar em solo norte-coreano, versão que o governo japonês contesta pela ausência de provas que comprovem as alegações. O sequestro de cidadãos é a maior impedimento para o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
(Com agência EFE)