Tonga diz enfrentar ‘desastre sem precedentes’ causado por tsunami
Erupção do vulcão Hunga Tonga Hunga Ha'apai provocou ondas de até 15 metros de altura que atingiram várias ilhas do país de pouco mais de 100.000 habitantes
O governo de Tonga confirmou na terça-feira, 18, a morte de ao menos três pessoas devido ao devastador tsunami causado por uma erupção vulcânica e que foi classificado pelo governo do país como “um desastre sem precedentes”.
Em seu primeiro comunicado oficial desde o desastre natural ocorrido no último sábado, o governo do arquipélago localizado no Pacífico Sul disse que a erupção do vulcão Hunga Tonga Hunga Ha’apai causou um tsunami com ondas de até 15 metros de altura que atingiram várias ilhas do país de pouco mais de 100.000 habitantes.
Além de Tonga, o Chile também emitiu um alerta de tsunami no sábado, orientando que a população costeia de três regiões seguisse para locais seguros. Na Austrália, ondas chegaram a 1,2 metro de altura e o governo do Japão também emitiu alerta diante do risco da chegada das ondas.
As três mortes confirmadas são de uma mulher britânica, de uma mulher de 65 anos da ilha Mango e de um homem de 49 anos da ilha Nomuka.
Segundo o comunicado, que demorou a ser divulgado devido a um apagão nas comunicações do país, todas as casas na ilha Mango foram destruídas, e apenas duas ficaram de pé na ilha Fonoifua, as duas mais afetadas, junto com a Nomuka.
O governo de Tonga ordenou o envio de duas embarcações militares para levar ajuda humanitária a algumas das áreas mais afetadas. As condições de ajuda, no entanto, são muito difíceis devido aos diversos danos nas faixas costeiras e à densa camada de cinzas que cobriu o país, formado por 169 ilhas.
“O abastecimento de água foi severamente afetado pelas cinzas vulcânicas”, diz a nota oficial.
A Organização das Nações Unidas já afirmou estar pronta para fornecer assistência, mas com cautelas devido à pandemia de Covid-19.
“Tonga tem uma política muito restrita contra a Covid-19, e é um dos poucos países no mundo que continua livre da Covid”, disse Jonathan Veitch, coordenador da ONU em Fiji, a repórteres na manhã desta quarta-feira, destacando que a ONU tem pouco mais de 20 pessoas no solo para ajudar a organizar qualquer responsa emergencial. “Não faremos nada que ameace a segurança dos protocolos e a segurança da população em termos de Covid-19 porque isso nos traria mais dificuldades do que já temos”.
Imagens aéreas captadas pelos voos de reconhecimento da Força Aérea da Nova Zelândia na terça-feira mostraram um cenário de grande devastação, com cinzas cobrindo o solo e danos significativos a edifícios na ilha de Tongacapu, onde fica a capital, Nuku’alofa.
Outras ilhas, como Uoleva, Nomuka e Uiha mostram um cenário semelhante, com graves inundações e acúmulo de cinzas, de acordo com imagens do Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT).
Dois navios da Marinha da Nova Zelândia zarparam nesta quarta-feira levando ajuda humanitária e devem chegar em Tonga na sexta-feira. A Austrália também vai enviar ajuda de emergência, incluindo 250 mil litros de água potável e equipamento de dessalinização.