Terremoto que atingiu Síria deixa país vulnerável em inverno congelante
Abrigos em campos de refugiados da guerra foram destruídos pelo terremoto, que aumentou devastação no país assolado por guerra há 12 anos

Um terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Síria nesta segunda-feira, 6, deixou um cenário devastador no norte do país. A Turquia também foi duramente afetada, mas a calamidade foi ainda maior para os sírios, que já enfrentam ampla destruição por quase 12 anos de guerra civil.
Em meio aos prédios desabados no norte do país, equipes de resgate correm para resgatar sobreviventes e vítimas lotam os hospitais. Na cidade de Jandaris, da província de Aleppo, controlada pelos rebeldes, um prédio de vários andares foi reduzido a escombros.
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“Havia 12 famílias lá embaixo. Nenhuma saiu. Nenhuma”, disse um jovem sírio à agência de notícias Reuters. “Nós mesmos estávamos retirando as pessoas às três da manhã”, completou.
Os Capacetes Brancos, um serviço de resgate fundado por rebeldes para tratar pessoas feridas em bombardeios, disse que pelo menos 147 pessoas foram mortas no noroeste da Síria. No território controlado pelo governo, autoridades estimam que houve mais de 300 óbitos, e pelo menos 1.000 pessoas ficaram feridas.
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Segundo o grupo Capacetes Brancos, os ataques aéreos ao longo dos anos prejudicaram a estrutura dos prédios, que “desabaram imediatamente” com o impacto do terremoto. Agora, a equipe de resgate conta ajuda da população para procurar sobreviventes.
O clima frio do inverno sírio também está dificultando os resgates. Famílias desabrigadas ficaram expostas a temperaturas perto de zero graus e fortes chuvas.
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De acordo com as Nações Unidas, cerca de 2,9 milhões de pessoas na região foram deslocadas pela guerra e 1,8 milhão vivem em campos de refugiados no noroeste da Síria. Abrigos foram destruídos pelos tremores na província de Idlib.