Uma tentativa de fuga da maior prisão da República Democrática do Congo, na capital, Kinshasa, durante a madrugada desta segunda-feira, 2, resultou na morte de 129 pessoas, relataram as autoridades locais.
Parte da prisão de Makala foi incendiada pelos prisioneiros que tentavam escapar, incluindo a administração e os cartórios. Segundo o ministro do Interior, Jacquemain Shabani, a maioria dos detidos morreu sufocada durante uma briga no momento da fuga, enquanto 24 deles morreram “baleados após advertências”.
O porta-voz do governo, Patrick Muyaya, garantiu que a situação estava “sob controle”, enquanto o ministro da Justiça, Constant Mutamba, anunciou que investigações estão em andamento “para identificar e punir severamente os responsáveis por esses atos de sabotagem”.
Um dia após a tentativa de fuga, Shabani divulgou um vídeo no X reconhecendo a gravidade da situação. Ele informou que outras 60 pessoas foram gravemente feridas e hospitalizadas.
“Esta é também uma oportunidade para elogiar todos os serviços de segurança, a polícia nacional e o exército, que responderam rapidamente e conseguiram conter a situação, impedindo a fuga”, disse ele.
Testemunhas locais relataram ter ouvido tiros contínuos a partir das 02h00 da segunda-feira e vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram corpos no chão da prisão e pessoas gritando por socorro.
Prisão superlotada
A prisão de Makala, construída na década de 1950, tem capacidade para 1.500 detentos, mas atualmente abriga mais de 14 mil prisioneiros.
Condições precárias na prisão, como escassez de alimentos e falta de higiene, já haviam sido relatadas anteriormente. Em 2020, a emissora BBC informou que apenas 6% dos prisioneiros estavam cumprindo penas efetivas em Makala, enquanto a maioria estava detida por questões legais pendentes.
Mutamba prometeu reforçar os esforços para descongestionar as prisões no país e anunciou que a transferência de prisioneiros para a prisão de Makala será suspensa por tempo indeterminado.
Em 2017, mais de 4 mil presos conseguiram escapar após um ataque noturno de homens armado à prisão em Kinshasa.