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Tenho muito em comum com Lula, diz premiê do Reino Unido

Keir Starmer, do Partido Trabalhista britânico, afirmou às margens do G20 que vê diversas possíveis áreas de colaboração com o Brasil

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 nov 2024, 17h03 - Publicado em 19 nov 2024, 14h52
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  • O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou nesta terça-feira, 19, que identificou diferentes possíveis pontos de colaboração com o Brasil ao longo da cúpula do G20, no Rio de Janeiro, dizendo que tem “muito em comum” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Líder do “PT britânico” (o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, uma das duas principais forças políticas do país, ao lado do Partido Conservador, de centro-direita), Starmer foi eleito em julho, encerrando 14 anos de governo contínuo de premiês conservadores. Em seu discurso na abertura da cúpula do G20, ele afirmou que quer priorizar a classe média trabalhadora — não apenas evitar exploração, mas também garantir que suas vidas sejam boas.

    “Fizemos progressos significativos em nossas discussões bilaterais com o presidente Lula. Falamos sobre nossa paixão compartilhada, o futebol, mas também temos muitas outras coisas em comum. Vemos a questão dos direitos dos trabalhadores da mesma maneira e temos um desejo compartilhado de aumentar o relacionamento comercial de 11 bilhões de libras (80,38 bilhões de reais) entre nossos dois países”, afirmou Starmer em coletiva de imprensa na Casa Firjan, em Botafogo, acrescentando que todos os futuros títulos soberanos brasileiros serão listados na Bolsa de Valores de Londres.

    O chefe de Estado britânico elogiou a Aliança Global de Energia Limpa, que será lançada no final deste segundo dia de G20, com o objetivo de enfrentar as mudanças climáticas. O foco dos parceiros inclui acelerar a transição para a energia limpa, reduzir as contas de energia, aumentar a segurança energética e diminuir as emissões de CO2 ao redor do mundo.

    Starmer também comemorou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa criada pela presidência brasileira do G20, da qual o Reino Unido é signatário junto com outros 82 países. Ele conectou a iniciativa a um problema que vem assolando o Reino Unido e que deixa políticos sem saber o que fazer: a entrada desenfreada de imigrantes e refugiados no país, que muitas vezes fazem trajetos perigosos pelo Canal da Mancha ou pelo Mediterrâneo em pequenos barcos — o que não raro termina em tragédia.

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    “A Aliança contra a Fome é também um investimento em estabilidade (global) e em lidar com os fatores que forçam as pessoas a deixar suas casas e fazer longas jornadas, que podem terminar com gangues criminosas explorando-as e colocando suas vidas em risco no Canal da Mancha”, afirmou Starmer. “Nós esmagaremos essas gangues, mas também trabalharemos com outros para lidar com as raízes do problema.”

    Pragmatismo

    Um dia após uma bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, a primeira reunião de chefes de Estado entre o Reino Unido e a China em seis anos, Starmer defendeu o pragmatismo nas relações internacionais, dizendo que vai conversar quando tiver que conversar e discordar de maneira franca quando for necessário.

    “Em um momento de grande volatilidade, acho que ambos reconhecemos a importância do engajamento (entre Pequim e Londres)“, disse ele. “Deixei claro que sempre agiremos em nosso interesse nacional e que temos uma responsabilidade compartilhada de trabalhar juntos em desafios como mudança climática e crescimento econômico.”

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    Criticando o apoio chinês a Vladimir Putin na guerra na Ucrânia, Starmer afirmou que não se afastará de Xi por isso. “A lição da história é que precisamos ser capazes de lidar com os problemas. O mundo fica mais seguro quando os líderes conversam entre si.” “Sob minha liderança, o Reino Unido nunca estará ausente da mesa mundial”, prometeu.

    Sobre a guerra na Ucrânia, Starmer afirmou que Putin “é o autor de seu próprio exílio” — ele não compareceu à cúpula do G20 por ser alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional em Haia — e pediu que os russos “acabem com a guerra e saiam da Ucrânia”.

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