A Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma das agências das Nações Unidas, publicou um relatório nesta sexta-feira, 7, mostrando que a taxa de desemprego na Faixa de Gaza atingiu quase 80% após oito meses da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.
A Cisjordânia ocupada, embora não tenha sido diretamente afetada pela guerra, também registrou um aumento na taxa de desemprego, que atingiu quase 32%. A agência da ONU destacou que os números elevaram a taxa média de desemprego nas duas áreas dos territórios palestinos para 50,8%.
Os autores do relatório observam que os números reais devem ser ainda maiores, já que os dados não incluem os palestinos que precisaram deixar de trabalhar por falta de oportunidades.
“Com esse nível muito alto de desemprego, as pessoas não poderão garantir comida para si e para suas famílias”, disse Ruba Jaradat, diretora regional da OIT para países árabes.
Já o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, afirmou durante a 112ª Conferência Internacional do Trabalho em Genebra nesta quinta-feira, 6, que o mercado de trabalho em Gaza entrou “em colapso” desde o início da guerra e que este foi o ano mais difícil para os trabalhadores palestinos desde 1967.
O produto interno bruto (PIB) real do território palestino sofreu uma contração de quase 33% desde o início da guerra, uma média entre a diminuição de 83,5% na Faixa de Gaza e 22,7% na Cisjordânia, segundo os dados da OTI.
“No território palestino ocupado e particularmente na Cisjordânia, a redução da renda empurrou muitas famílias para a pobreza severa”, disse Jaradat.