Responsável pelo controle do Afeganistão desde a saída das tropas americanas, em agosto, o grupo Talibã afirmou nesta segunda-feira (18) que permitirá a volta de meninas à escola em breve.
A afirmação foi feita por Saeed Khosty, porta-voz do Ministério do Interior, à rede de TV árabe Al Jazeera. Khosty disse ainda que o anúncio deve acontecer nos próximos dias pelo Ministério da Educação. Ele, no entanto, não especificou um calendário.
“Pelo meu entendimento e informação, em muito pouco tempo todas as universidades e escolas serão reabertas e todas as meninas e mulheres retornarão às escolas e aos seus empregos de professor”, disse.
Desde a tomada do país pelo Talibã, há dois meses, mulheres de todas as idades vêm sendo orientadas a ficar em casa, o que inclui deixar de ir à escola.
O grupo vinha afirmando que o retorno só seria possível quando houvesse um “ambiente de aprendizagem seguro”.
Essa postura fez ressurgir os temores que o Talibã voltaria a adotar versões mais radicais da sharia, a lei islâmica, como o fez durante sua passagem pelo poder, entre 1996 e 2001.
Na época, mulheres eram proibidas de sair de casa desacompanhadas por um homem. Também havia açoitamentos e execuções públicas para quem desobedece às regras impostas pelos insurgentes.
No início do mês, o secretário–geral da ONU, António Guterres, afirmou que o grupo vem quebrando a promessa de respeitar os direitos civis das mulheres.
“Promessas rompidas levam a sonhos partidos para as mulheres e meninas do Afeganistão”, disse o chefe da ONU. “Mulheres e meninas precisam estar no centro das atenções”, completou.