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Surto de ebola: Ruanda fecha fronteira com República Democrática do Congo

Doença já matou 1.800 pessoas desde 2018; casos em cidade fronteiriça preocupam governo vizinho

Por Da Redação
Atualizado em 1 ago 2019, 10h26 - Publicado em 1 ago 2019, 09h32

Ruanda fechou sua fronteira com a República Democrática do Congo (RDC) nesta quinta-feira, 1º, depois de duas pessoas morrerem após contrair ebola na cidade fronteiriça congolesa de Goma. A doença já matou mais de 1.800 pessoas na RDC desde o ano passado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou há duas semanas o surto de ebola da RDC como uma emergência de saúde pública de interesse internacional. O órgão ainda emitiu restrições de viagens e comércio com as comunidades afetadas, já que o risco de propagação regional é “muito alto”.

A OMC, contudo, havia advertido sobre a necessidade de evitar as consequências econômicas punitivas das restrições. Por isso, pediu que os meios de subsistência das pessoas mais afetadas pelo surto fossem preservados, mantendo abertas as rotas de transporte e as fronteiras.

Após o anúncio de Ruanda nesta quinta, a RDC lamentou o que descreveu como uma decisão unilateral das autoridades ruandesas de restringir o movimento na fronteira, “o que vai contra os conselhos da Organização Mundial de Saúde”.

Em um comunicado, a Presidência afirmou ainda que muitos cidadãos de seu país trabalham em Goma, e com o bloqueio não poderão mais voltar para casa.

A agência de notícias AFP confirmou que a fronteira já estava fechada nesta quinta. Goma é um importante polo comercial da região e tem 2 milhões de habitantes

Na quarta-feira 31, um terceiro paciente foi diagnosticado com o vírus ebola na cidade. Segundo os responsáveis pelo controle da doença na região, a pessoa infectada é a filha de 1 ano de um dos homens que morreu após ser contaminado.

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O congolês faleceu nesta quarta no hospital, mas havia passado vários dias em casa com sua família enquanto apresentava sintomas da doença.

O surto na RDC foi classificado como uma emergência de nível 3 – a mais grave – pela OMS, provocando o mais alto nível de mobilização da entidade. A ONU também reconheceu a gravidade da emergência, ativando o sistema humanitário para apoiar a resposta ao ebola.

O governo congolês havia decretado o fim do surto em julho do ano passado quando se passaram 42 dias — dois ciclos de reprodução do vírus — do último caso confirmado no país. Mas, em agosto de 2018, surgiram quatro novos casos de ebola, e nos meses seguintes a quantidade de mortes foi aumentando drasticamente até os números atuais.

Segundo a OMS, por volta de 12 novos casos são reportados às autoridades todos os dias atualmente na RDC.

A vacina contra o ebola tem eficácia de 99%. Na país, contudo, apenas por volta de 161.000 pessoas foram vacinadas.

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A escalada da violência no país tem tornado difícil o trabalho de prevenção da doença através de campanhas de vacinação. Além disso, uma parcela da sociedade está desconfiada quanto à ação da ONU no país.

Além da RDC, também foram identificados casos da doença em Uganda.

A doença

O ebola é um vírus da família dos Filoviridae, de estrutura extremamente simples, mas altamente agressivo ao organismo humano. Ele é formado de material genético envolto por uma cápsula de proteína. Como todos os vírus, o ebola é incapaz de se reproduzir sozinho. Ele escraviza o organismo hospedeiro de modo a replicar seu próprio genoma e produzir novos vírus

O provável hospedeiro natural do ebola é o morcego que se alimenta de frutas, comum praticamente em toda a África. A transmissão da doença ocorre pelo contato com fluidos de pessoas infectadas, especialmente sangue, vômito e fezes. A saliva e a lágrima podem conter o ebola, mas ainda não são conhecidos seu potencial de infecção.

Em 90% dos casos, os primeiros sinais da doença — febre, mal-estar, diarreia, náusea e vômito — aparecem dez dias após a contaminação. Nos estágios mais avançados, o paciente sangra pelos olhos, ouvidos, nariz, boca e reto. Em 50% dos casos o ebola é fatal. A causa da morte está relacionada à falência de múltiplos órgãos ou choque decorrente de infecção severa. Não há cura, é preciso aguardar o vírus sair do organismo. O tratamento inclui reidratação e controle dos sintomas e do metabolismo do doente.

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