Um jovem supremacista branco foi preso em Tennessee, nos Estados Unidos, sob a acusação de planejar um ataque a uma usina elétrica na cidade de Nashville, informou o Departamento de Justiça dos EUA nesta segunda-feira, 4.
O suspeito, identificado como Skyler Philippi, de 24 anos, pretendia anexar uma bomba a um drone e detoná-la na instalação de energia de Nashville, com o objetivo de desestabilizar a rede elétrica regional e gerar caos na sociedade americana, de acordo com uma investigação do FBI.
Philippi enfrenta acusações de tentativa de uso de uma arma de destruição em massa e tentativa de destruição de uma instalação de energia. Ele compareceu ao tribunal na segunda-feira e está sob custódia, podendo enfrentar uma sentença de prisão perpétua.
“Este caso serve como mais um aviso para aqueles que buscam semear a violência e o caos em nome do ódio, atacando a infraestrutura crítica do nosso país: o Departamento de Justiça irá encontrá-lo, vamos interromper sua trama e vamos responsabilizá-lo”, disse o procurador-geral Merrick B. Garland em um comunicado de imprensa.
O acusado disse a fontes disfarçadas do FBI que considerou realizar um tiroteio em massa em uma instalação da YMCA em Columbia, ao sul de Nashville, mas mudou de estratégia por acreditar que um ataque a uma subestação de energia causaria mais danos.
Ele teria pedido ao agente disfarçado que lhe fornecesse pólvora preta para que ele montasse bombas de tubo e recebeu bombas falsas do FBI para realizar o ataque.
A rede elétrica dos Estados Unidos conta com mais de 6.400 usinas de energia e cerca de 725.000 km de linhas de transmissão de alta tensão que se estendem por todo o país. Nos últimos anos, o sistema de energia tem sido alvo de vários ataques, que registraram um aumento de 71% em 2022 em comparação ao ano anterior.
Ideologia aceleracionista
Em mensagens enviadas aos informantes do FBI, Philippi defendeu o ‘aceleracionismo’, ideologia popular entre ultradireitistas. Essa teoria defende que grandes choques podem provocar desordem e levar a uma mudança na composição racial da sociedade, resultando em um estado exclusivamente branco.
Em setembro, Philippi apresentou a um dos agentes disfarçados do FBI partes de seu manifesto, que dizia que “a luta armada radical é o único fim para proteger e preservar nosso povo”.
O diretor do FBI, Christopher Wray, disse que o suspeito foi “impulsionado por uma ideologia extremista violenta racialmente motivada” e que suas ações teriam deixado milhares de pessoas sem energia, incluindo hospitais.
O ‘aceleracionismo’ tem sido associado a vários ataques terroristas nos últimos anos, incluindo o massacre em Christchurch, na Nova Zelândia, em 2019, que resultou na morte de 51 pessoas.